Bayern completou em Lisboa a sua obra perfeita

Com um golo de um parisiense formado no Paris Saint-Germain, o clube alemão conquistou, no Estádio da Luz, pela sexta vez, a Liga dos Campeões. E tornou-se no primeiro campeão intocável.

Fotogaleria

Histórico e incontestável. Onze meses e cinco dias depois de iniciar o seu percurso na 65.ª edição da Liga dos Campeões com uma vitória, no Allianz Arena, frente ao Estrela Vermelha, o Bayern Munique completou em Lisboa a sua obra perfeita. Depois de vencer todos os jogos que tinha disputado até à final — apenas o Olympiacos tinha sido batido pela margem mínima (3-2) —, a supremacia da máquina alemã afinada por Hans-Dieter Flick não foi tão categórica, mas o Bayern superou, de forma justa, o Paris Saint-Germain (1-0), conquistando, no Estádio da Luz, o seu sexto título europeu. Kingsley Coman, um parisiense formado no PSG, marcou o golo que encerrou a história de um campeão intocável.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Histórico e incontestável. Onze meses e cinco dias depois de iniciar o seu percurso na 65.ª edição da Liga dos Campeões com uma vitória, no Allianz Arena, frente ao Estrela Vermelha, o Bayern Munique completou em Lisboa a sua obra perfeita. Depois de vencer todos os jogos que tinha disputado até à final — apenas o Olympiacos tinha sido batido pela margem mínima (3-2) —, a supremacia da máquina alemã afinada por Hans-Dieter Flick não foi tão categórica, mas o Bayern superou, de forma justa, o Paris Saint-Germain (1-0), conquistando, no Estádio da Luz, o seu sexto título europeu. Kingsley Coman, um parisiense formado no PSG, marcou o golo que encerrou a história de um campeão intocável.

Onze jogos, onze vitórias. 43 golos marcados, oito sofridos. Na longa história da mais importante prova de clubes da UEFA, não havia registo de um campeão perfeito, mas o percurso do Bayern na Liga dos Campeões 2019-20 ficará nos livros do futebol pela forma como os bávaros superaram todos os obstáculos.

Com uma mão-cheia de exibições e resultados categóricos (7-2 ao Tottenham; 6-0 ao Estrela Vermelha; 7-1 na eliminatória com o Chelsea; 8-2 ao Barcelona), o clube de Munique, sob o comando de Flick, faz recordar o super-Bayern dos anos 70 que, com jogadores como Maier, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Rummenigge, Hoeness e Müller, conquistou os três primeiros títulos europeus do clube (1974, 1975 e 1976).

Mais de 40 anos depois dessas conquistas, este é o Bayern de Neuer, Kimmich, Müller, Gnabry e Lewandowski, mas este é também o Bayern de Hans-Dieter Flick. O técnico, que assumiu uma equipa descrente há nove meses (era 7.º na Bundesliga), soube potenciar as qualidades de jogadores como Davies, Goretzka ou Alcântara, e, na final de Lisboa, teve o génio de acertar no jackpot: Kingsley Coman foi a surpresa no “onze” bávaro e decidiu a final.

Depois de ridicularizar o Barcelona e ultrapassar com segurança o Lyon utilizando o mesmo “onze”, Flick tinha uma surpresa guardada para a final. Se, do outro lado, Thomas Tuchel atacou o duelo táctico com o compatriota colocando de início a mesma equipa que tinha vencido o RB Leipzig (a excepção foi o regresso de Navas à baliza), o treinador Bayern optou por trocar Perisic por Coman. Com o francês, que saiu a custo zero do PSG para a Juventus aos 18 anos, os alemães ganhavam irreverência e verticalidade no lado esquerdo.

E o que se viu nos primeiros minutos da Luz foi o Bayern a tentar fazer ao PSG o que tinha feito ao Barcelona. Com a pressão alta que é a imagem de marca do futebol de Flick, os alemães colocaram os franceses em dificuldade nos primeiros dez minutos, mas, depois de aguentar o primeiro embate, o PSG começou a mostrar que não ia encolher-se perante o rival.

Com a fantasia e velocidade de Di María, Neymar e Mbappé, os parisienses encontravam espaço para atacar e, aos 18’, Neuer teve de mostrar toda a sua qualidade para evitar que Neymar marcasse. A partir daí, o jogo ficou partido e com um ritmo alucinante. As oportunidades sucediam-se de um lado e do outro, mas Lewandowski (22’ e 31’), Di María (23’) e Mbappé (45’) não evitaram que, apesar da qualidade da final, o intervalo chegasse com o marcador a zero.

The partial view '~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_POSITIVONEGATIVO.cshtml' was not found. The following locations were searched: ~/Views/Layouts/Amp2020/NOTICIA_POSITIVONEGATIVO.cshtml
NOTICIA_POSITIVONEGATIVO

O início da segunda parte foi, no entanto, diferente. Com o relógio a jogar contra as duas equipas, a margem para corrigir um erro começava a ser reduzida, levando alemães e franceses a correrem menos riscos. 

Com isso, a qualidade do jogo baixou, mas, na primeira oportunidade, a final ficou decidida, com um francês a assumir o papel de herói dos alemães. Nascido em Paris a 13 de Junho de 1996, Coman já fazia parte da história do PSG por ter sido o mais jovem (16 anos e oito meses) a vestir a camisola da principal equipa do clube e, mais de sete anos depois, voltou a colocar o seu nome na história do PSG, desta vez num capítulo que os parisienses não vão gostar de recordar: assistido por Kimmich, Coman fez o golo mais importante da sua carreira e acabou com o sonho do clube francês de conquistar em Lisboa o título que mais ambicionava.