“A revolução libanesa já não é pacífica. Há violência na raiva do povo”

A psicóloga e psicanalista Marie-Thérèse Khair Badawi conta o impacto das explosões de 4 de Agosto na cidade e seus habitantes, marcados pelo trauma: 15 anos de conflito, atentados e assassínios políticos, uma guerra entre o Hezbollah e Israel, e agora a ferida exposta no porto só explicada pela incúria do poder. Texto escrito na primeira pessoa a partir de uma entrevista por telefone.

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Grafitti junto ao porto, onde aconteceu a explosão Reuters/HANNAH MCKAY

Como psicanalista a trabalhar há 40 anos no Líbano, nunca um evento dramático foi tão relatado pelos meus pacientes. As pessoas chegam e contam onde estavam, o que faziam e como protegeram os filhos quando a terra tremeu com as explosões. Partilham vivências, por exemplo, de uma pessoa amiga que perdeu alguém muito próximo. Reflectem­­­ as perdas. 

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Como psicanalista a trabalhar há 40 anos no Líbano, nunca um evento dramático foi tão relatado pelos meus pacientes. As pessoas chegam e contam onde estavam, o que faziam e como protegeram os filhos quando a terra tremeu com as explosões. Partilham vivências, por exemplo, de uma pessoa amiga que perdeu alguém muito próximo. Reflectem­­­ as perdas.