Covid-19: doentes de Reguengos de Monsaraz ainda no hospital deixam cuidados intensivos

Foto
LUSA/NUNO VEIGA

Os últimos dois doentes do surto de covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz (Évora), considerado resolvido, que ainda permanecem internados no hospital passaram dos cuidados intensivos para a enfermaria, indicou a Protecção Civil Municipal.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os últimos dois doentes do surto de covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz (Évora), considerado resolvido, que ainda permanecem internados no hospital passaram dos cuidados intensivos para a enfermaria, indicou a Protecção Civil Municipal.

“As duas pessoas, entretanto já negativas, que se encontravam na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), deixaram esta unidade, seguindo para enfermarias”, pode ler-se na mais recente actualização do boletim epidemiológico do concelho, com os dados até final de domingo e consultado hoje pela agência Lusa.

Segundo a informação divulgada por José Calixto, Autoridade Municipal de Protecção Civil e presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, estes dois doentes são um utente do lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), onde surgiu o surto, e uma pessoa da comunidade.

Dos 162 casos de infecção causados por este surto da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, continuam activos nove, informa o mais recente boletim da situação epidemiológica.

Contactada pela agência Lusa, fonte da câmara explicou tratar-se de “sete utentes na instalação de retaguarda do lar da FMIVPS, uma trabalhadora da instituição e um caso na comunidade”.

Independentemente destes casos activos e dos dois doentes ainda hospitalizados, no sábado, na actualização do boletim sobre a situação epidemiológica do concelho, a Protecção Civil Municipal informou que este surto de covid-19 está resolvido, por indicação da Autoridade de Saúde Pública. Nesse dia cumprirm-se “dois períodos de incubação livres de novos casos, pelo que a Autoridade de Saúde Pública considera o surto” no lar “totalmente resolvido”, publicou a câmara, na sua página na rede social Facebook.

O surto no lar eclodiu a 18 de Junho, quando foi detectado o primeiro caso positivo, provocou, até final de Julho, 18 mortos — 16 utentes, uma funcionária da instituição e um homem da comunidade.

Do total de 162 casos de infecção, a maior parte aconteceu no lar (80 utentes e 26 profissionais), mas a doença propagou-se à comunidade, daí as outras 56 pessoas atingidas.

No domingo, em comunicado, a União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) de Évora manifestou-se satisfeita com o anúncio da Autoridade de Saúde Pública de resolução deste surto de covid-19.

O lar da FMIVPS não cumpria as orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS), concluiu a auditoria da Ordem dos Médicos (OM), cujo relatório foi divulgado na quinta-feira à noite e ao qual a Lusa teve acesso.

O documento aponta responsabilidades à administração da instituição e faz também críticas à Autoridade de Saúde Pública e à Administração Regional de Saúde.

Questionada pela Lusa, Procuradoria-Geral da República adiantou à Lusa, na sexta-feira, que foi instaurado um inquérito sobre o surto de covid-19 neste lar da FMIVPS e que está a analisar o relatório da OM.

A Ordem dos Advogados (OA) revelou igualmente à Lusa que vai fazer “o enquadramento jurídico” das conclusões do inquérito dos médicos para determinar consequências.