Colégios não farão descontos generalizados em caso de suspensão de aulas

Escolas privadas prometem “estar atentas à situação de cada família” e baixar as mensalidades a quem necessitar. Orientações para o próximo ano lectivo já foram enviadas aos pais.

Foto
Daniel Rocha

Os colégios privados não vão fazer descontos generalizados nas mensalidades pagas pelas famílias dos seus alunos caso as aulas presenciais voltem a ser suspensas, noticiou o Jornal de Notícias. A prioridade será baixar as mensalidades de quem mais necessitar, avança o director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP). As orientações para o próximo ano lectivo já foram enviadas aos pais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os colégios privados não vão fazer descontos generalizados nas mensalidades pagas pelas famílias dos seus alunos caso as aulas presenciais voltem a ser suspensas, noticiou o Jornal de Notícias. A prioridade será baixar as mensalidades de quem mais necessitar, avança o director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP). As orientações para o próximo ano lectivo já foram enviadas aos pais.

A suspensão das aulas desde as últimas semanas do 2.º período deste ano lectivo, por causa da pandemia de covid-19, levou a que “cerca de metade” dos quase 500 colégios representados pela AEEP tenham aplicado algum tipo de desconto nas mensalidades pagas pelas famílias.

No próximo ano lectivo, a opção será diferente. “Vamos estar atentos à situação de cada família”, antecipa o director executivo da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo. Houve famílias que têm filhos em colégios “que não tiveram qualquer quebra de rendimentos” por causa da pandemia, enquanto noutras ambos os pais perderam o emprego nos últimos meses. “Parece-nos mais justo dar um desconto maior a estas pessoas e continuar a cobrar 100% a quem não perdeu rendimentos, do que aplicar um desconto de 25% a toda a gente”, explica o mesmo responsável.

Será esse o caminho seguido pela generalidade dos colégios, afirma Queiroz e Melo, que tiveram autonomia para decidir o caminho a seguir consoante a situação da comunidade educativa em que estão inseridos. As opções foram comunicadas às famílias nas últimas semanas, através de revisões dos regulamentos internos, novos preçários ou informações enviadas aos pais.

“O que pedimos aos associados foi que fossem transparentes e dissessem às pessoas, desde já, quais vão ser as regras”, expõe o director executivo da AEEP. Essas orientações foram emitidas pela associação dos colégios privados a 18 de Maio.

Os colégios têm notado um aumento do número de inscritos a partir do 1.º ciclo, sobretudo nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto. Ainda sem números concretos sobre esse eventual crescimento na procura, Rodrigo Queiroz e Melo entende que existe uma “percepção de que as coisas funcionaram bem no privado” no contexto da suspensão das actividades presenciais motivada pela pandemia, que obrigou os professores a darem aulas à distância.

Os colégios têm vindo a perder inscritos na última década. Em 2009, havia quase 190 mil alunos a frequentar estabelecimentos de ensino privado nos três níveis do ensino básico. No ano passado, esse número tinha-se reduzido a 121 mil. No ensino secundário, os indicadores são mais positivos e, depois da crise iniciada há uma década, o número de inscritos no sector privado voltou a subir a partir de 2015 tendo, desde então, recuperado cerca de 4000 alunos.