Covid-19: um milhão de casos em apenas 100 horas

O mundo chegou a 13 milhões de infectados no dia 13 e só precisou de quatro dias para chegar aos 14 milhões. Os mais de 237 mil infectados registados no mundo na sexta-feira foram um recorde diário de casos.

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Desde a semana passada que a Índia regista diariamente mais de 30 mil novos casos positivos ADNAN ABIDI/Reuters

As infecções de coronavírus superaram na sexta-feira a barreira de 14 milhões de casos positivos no mundo. A pandemia demorou três meses para atingir o milhão de infectados, mas esta semana só precisou de 100 horas para passar de 13 milhões para 14 milhões, reflexo do relaxamento nas medidas de contenção, diz a Reuters.

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As infecções de coronavírus superaram na sexta-feira a barreira de 14 milhões de casos positivos no mundo. A pandemia demorou três meses para atingir o milhão de infectados, mas esta semana só precisou de 100 horas para passar de 13 milhões para 14 milhões, reflexo do relaxamento nas medidas de contenção, diz a Reuters.

Estados Unidos, Brasil, Índia continuam a registar milhares de testes positivos ao coronavírus diariamente, à medida que novos surtos voltam a forçar países a pensar em dar passos atrás nos processos de desconfinamento. Espanha, por exemplo, está a braços com uma multiplicação de novos casos (628 nas últimas 24 horas, o maior número desde 8 de Maio) que já levou as autoridades da Catalunha, por exemplo, a decretar novas quarentenas localizadas. 

Desde que o primeiro caso de infecção foi registado na China, no princípio de Janeiro, demorou três meses até que se chegasse ao milhão de infectados no mundo pela pandemia. No dia 13 de Julho atingiram-se os 13 milhões de infectados, na sexta-feira, a cifra chegou a 14 milhões, ou seja, quatro dias para acrescentar mais um milhão de casos em todo o mundo.

A contabilização feita pela Reuters, baseada nos relatórios oficiais dos governos, mostra que a disseminação do vírus está a acelerar no continente americano, que corresponde a mais de metade das infecções mundiais e metade das mortes. Desde a primeira morte oficial por covid-19, em Wuhan, na China, a 10 de Janeiro, já morreram mais de 590 mil pessoas em todo o planeta.

Os Estados Unidos continuam a liderar o ranking do número de casos, numa altura em que no país o confronto entre os que pretendem medidas de protecção, como o distanciamento social e o uso de máscara, chega aos tribunais, ao mesmo tempo que o Presidente Donald Trump se recusa a impor como obrigatório o uso de máscara.

O país tem já mais de 3,6 milhões de casos confirmados e só na quinta-feira registaram-se mais de 77 mil casos. Mesmo assim, os partidários de Trump continuam a apelar ao retomar normal das actividades económicas. O Presidente ameaçou as escolas que não cumprirem a ordem de reabrir de lhes retirar fundos federais.

Já para não falar de que os valores totais de cada país estão muito aquém do retrato real da pandemia, quer pela falta de testes, quer pela manipulação de casos (registando os pacientes com outro tipo de doença respiratória).

Por exemplo, este sábado, o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou que 25 milhões de iranianos tinham sido infectados e que outros 35 milhões estavam em risco de o ser, ao defender as medidas de confinamento reimpostas em Teerão e noutros pontos do país. Isto, apesar do número oficial de infectados pelo SARS-CoV-2 ser de 271.606.

No Brasil, mais de dois milhões de pessoas tiveram resultado positivo num teste e mais de 76 mil já morreram. Enquanto na Índia, o outro país com mais de um milhão de casos, o número de casos diários vem superando 30 mil todos os dias desde há uma semana.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a quantidade de infectados pelo coronavírus no mundo é mais ou menos o triplo dos casos mais graves de gripe registados anualmente no mundo inteiro. EUA, Brasil e Índia são responsáveis pelo recorde de 237.743 casos mundiais registados na sexta-feira.