Consumo de água disparou em Mirandela e Câmara pede contenção para o Verão

Foi necessário activar a captação dos Eixes, que normalmente fica de reserva para situações de urgência ou de escassez de água.

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RG RUI GAUDENCIO

Os consumos de água dispararam desde o início da pandemia de covid-19 no município de Mirandela, que está a preparar uma campanha a apela à contenção no Verão para evitar condicionamentos no fornecimento, informou nesta quinta-feira a autarquia transmontana.

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Os consumos de água dispararam desde o início da pandemia de covid-19 no município de Mirandela, que está a preparar uma campanha a apela à contenção no Verão para evitar condicionamentos no fornecimento, informou nesta quinta-feira a autarquia transmontana.

Desde Março até Junho que o concelho do distrito de Bragança regista um “aumento significativo médio de 16%” face aos mesmos quatro meses de 2019, uma realidade que a presidente da Câmara, Júlia Rodrigues, atribui ao confinamento imposto pela pandemia e, mais recentemente, à rega de jardins num dos concelhos mais quentes do Nordeste Transmontano.

A autarca garantiu, em declarações à Lusa, que o concelho tem reservas de água, mas o Verão é a época habitual de maiores consumos e, devido ao aumento dos últimos meses, já foi necessário activar a captação dos Eixes, que normalmente fica de reserva para situações de urgência ou de escassez de água.

A Câmara Municipal de Mirandela informa que irá lançar uma campanha de sensibilização de contenção no consumo de água, fazendo uso de diversos meios, como as redes sociais e a comunicação social regional.

“É preciso alguma atenção no gasto de água porque não existe capacidade ilimitada de abastecimento”, sublinhou a autarca.

Tal como acontece em todo o Nordeste Transmontano, nos meses de Verão a população aumenta, e consequentemente o consumo de água, nomeadamente com o regresso dos emigrantes e daqueles que vivem em outras zonas do país.

Por isso, o município entende que “há alguma necessidade de fazer esta campanha” de sensibilização da população.

“Mais vale prevenir que remediar”, entende a presidente da Câmara, sobretudo devido a esta situação nova, que “antecipou” os consumos habituais do Verão para os meses de Primavera.

Júlia Rodrigues está convencida de que esta realidade “relaciona-se com a situação de confinamento”, desde o estado de emergência, à continuação do teletrabalho ou à permanência das crianças e jovens em casa, devido ao encerramento das escolas.

O aumento ocorreu apenas nos consumos domésticos e não ao nível das empresas e serviços que estiveram encerrados durante uma boa parte do período em causa.

Para a presidente da Câmara, as medidas municipais de apoio às famílias, como a gratuitidade da factura da água ou moratórias no pagamento, não terão pesado neste aumento dos consumos, que começou a ocorrer antes do anúncio dos benefícios.