A pressa e o descontrolo

O discurso moralista disfarçado de ciência, que tanto agrada à maioria dos media, tem contribuído para a estigmatização das populações dos territórios submetidos a medidas mais estritas.

Se ao longo destes meses tem ficado patente a natural pluralidade de opiniões e de abordagens da realidade social por parte de médicos de diferentes formações, os media têm, nas últimas semanas, voltado a preferir um setor da opinião médica que atua de forma, deliberada ou involuntariamente, alarmista. São os que têm denunciado o “fracasso” do desconfinamento e o “descontrolo” que se viveria, segundo eles, na área metropolitana de Lisboa. Ainda não assumiram a tese de que já estamos na tão temida segunda vaga, mas todos parecem ter-se esquecido do que nos foi dito desde o início: que o vírus não vai desaparecer, que teremos de aprender a viver com ele, e que o importante é que o SNS possa aguentar, até dispormos de terapias eficazes, o embate de uma minoria de casos complicados.

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Se ao longo destes meses tem ficado patente a natural pluralidade de opiniões e de abordagens da realidade social por parte de médicos de diferentes formações, os media têm, nas últimas semanas, voltado a preferir um setor da opinião médica que atua de forma, deliberada ou involuntariamente, alarmista. São os que têm denunciado o “fracasso” do desconfinamento e o “descontrolo” que se viveria, segundo eles, na área metropolitana de Lisboa. Ainda não assumiram a tese de que já estamos na tão temida segunda vaga, mas todos parecem ter-se esquecido do que nos foi dito desde o início: que o vírus não vai desaparecer, que teremos de aprender a viver com ele, e que o importante é que o SNS possa aguentar, até dispormos de terapias eficazes, o embate de uma minoria de casos complicados.