PCP quer mais verbas para bombeiros e diz que grandes empresas “comeram parte de leão” do layoff

Jerónimo de Sousa considerou que o Orçamento Suplementar mantém “o desequilíbrio em termos de repartição da riqueza” e apresenta pouco apoio para os “pequenos e médios empresários”.

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O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou o Orçamento Suplementar LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, este sábado, “verbas extraordinárias para os bombeiros”, para o combate à covid-19 e aos incêndios, e lamentou que as grandes empresas tivessem comido “a parte de leão” do layoff.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu, este sábado, “verbas extraordinárias para os bombeiros”, para o combate à covid-19 e aos incêndios, e lamentou que as grandes empresas tivessem comido “a parte de leão” do layoff.

“Nós pensamos que deveria haver um aumento extraordinário, uma verba extraordinária, tendo em conta as consequências do próprio covid-19, dado que [os bombeiros] tiveram que alterar instalações, reprogramar, num quadro de dificuldades que existem mesmo no plano das instalações”, disse Jerónimo de Sousa após uma visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários do Barreiro.

“Nós propusemos, neste quadro de discussão do Orçamento Suplementar, por exemplo, a questão do gasóleo verde. Pensamos que era importantíssima esta consideração, de não aplicação de impostos em relação ao uso do gasóleo verde para as viaturas dos bombeiros. A questão dos equipamentos de protecção individuais também é uma questão que os preocupa imenso, tanto em relação ao covid-19, como em relação ao combate aos incêndios”, acrescentou.

No final da visita aos Bombeiros Voluntários do Barreiro, Corpo de Salvação Pública, o líder comunista acusou também o Governo de, em vez de garantir o necessário reforço de verbas para os bombeiros, ter dado uma “resposta tímida” ao permitir que recorram a empréstimos, o que considerou ser apenas uma forma de “empurrar o problema com a barriga”.

Apesar das dificuldades económicas que o país atravessa devido à pandemia de covid-19, Jerónimo de Sousa reafirmou mais uma vez a ideia de que a solução para os problemas não está na austeridade.

“Austeridade é uma palavra que tem sempre uma carga profundamente negativa. Aquilo que nós dizemos é que, mesmo este quadro que estamos a viver no plano económico e social, revelou a importância da centralidade do trabalho e dos trabalhadores e o país não parou porque houve alguém que continuou e a trabalhar”, disse.

“Por isso mesmo é que, voltar para trás quando nós tivermos esta experiência, esta lição e este ensinamento, de que é valorizando o trabalho e os trabalhadores que encontramos as respostas para o desenvolvimento para o crescimento económico, abdicar deste princípio, voltar a retroceder, teria consequências profundamente negativas para a nossa economia, para o desenvolvimento social”, acrescentou.

Mas embora critique um eventual novo cenário de austeridade, Jerónimo de Sousa reconhece que há sinais pouco animadores no Orçamento Suplementar. “Aquilo que verificamos, a traço grosso, nesta proposta de Orçamento Suplementar, é novamente o desequilíbrio em termos de repartição da riqueza, em termos de apoio à nossa economia - estou a falar dos pequenos e médios empresários. As grandes empresas comeram a fatia de leão em relação ao layoff. E o orçamento não dá resposta a estes problemas concretos [dos pequenos e médios empresários]”, disse.

“Estamos a falar da sobrevivência e da vida, designadamente, de centenas de milhares de pequenas e médias empresas que não sabem o que fazer à vida. E volto a dizer isto: a centralidade do valor do trabalho e dos trabalhadores é a solução mais importante, mais decisiva para que saiamos desta dramática situação que vivemos”, concluiu o líder comunista.