Seat Leon: Quem disse que com a idade o leão perde a garra?

Há carros que mostram ser como vinhos de excelência: com a idade aprimoram-se e revelam ter por onde melhorar — e saber como fazê-lo.

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A estrear a sua quarta geração, o Seat Leon mostra, por fora e por dentro, que a idade é um posto, onde há lugar para muita sabedoria. Mas também não poderia ser de outra forma: a marca espanhola do Grupo Volkswagen sabe que a sua “saúde” depende do sucesso deste modelo, o mais vendido da sua gama em termos globais — em Portugal, é suplantado pelo Ibiza, sobretudo em 2019, fruto também do facto de o utilitário ser uma nova geração e de o Leon, geração de 2012, apresentar uma imagem desgastada: foram vendidas 899 unidades deste modelo contra 1447 unidades do Ibiza.

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A estrear a sua quarta geração, o Seat Leon mostra, por fora e por dentro, que a idade é um posto, onde há lugar para muita sabedoria. Mas também não poderia ser de outra forma: a marca espanhola do Grupo Volkswagen sabe que a sua “saúde” depende do sucesso deste modelo, o mais vendido da sua gama em termos globais — em Portugal, é suplantado pelo Ibiza, sobretudo em 2019, fruto também do facto de o utilitário ser uma nova geração e de o Leon, geração de 2012, apresentar uma imagem desgastada: foram vendidas 899 unidades deste modelo contra 1447 unidades do Ibiza.

Agora, tudo parece encarrilar noutro sentido. E, na primeiríssima saída pós-confinamento para conhecer um novo modelo, o breve contacto com a versão 1.5 eTSI de 150 cv e caixa DSG permitiu perceber que o Leon é hoje automóvel mais maduro.

O facto poderá fazer torcer o nariz a quem lhe dava créditos pela postura de pretendente a desportivo, o que lhe garantia um lugar de destaque entre os amantes do tuning (ainda que não tanto quanto o menor Ibiza, também pelo preço mais acessível). Algo que poderá vir a ser colmatado com a chegada ao mercado, ainda este ano, do Cupra Leon. Mas o novo Leon vingará certamente entre quem busca um familiar surgindo com atributos como conforto e espaço — quem ocupa o lugar traseiro consegue fazer uma viagem confortável e a mala mostra-se capaz de acomodar uns razoáveis 380 litros (igual ao Golf, ou não partilhasse com este a mesma plataforma).

Desenhado de raiz

Ao contrário do que sucede com vários lançamentos, em que o automóvel, mesmo que inicie uma nova geração, é desenhado a partir do anterior, no caso do novo Leon a marca fala de como este foi desenhado a partir de uma folha em branco, sem que, porém, tenha sido beliscada a identidade do veículo: não é preciso ver o logo ou ler o modelo para perceber, mesmo ao longe, que se trata de um Leon.

Mas, num primeiro olhar, também sobressai a evolução. A começar pela iluminação: pode ser, à frente, de padrão LED ou com faróis dinâmicos Full LED e, atrás, nas versões de equipamento de topo, Xcellence e FR, surge com iluminação funcional que liga os grupos ópticos a toda a largura. Já no interior, o habitáculo é transformado pelas luzes de ambiente, em que foram tidos em conta “o conforto” e “um design mais sofisticado”, mas também a “importante função de segurança com o sistema Exit Assist, que, através de alertas luminosos e sonoros, avisa os passageiros da aproximação de veículos quando iniciam a abertura da porta.

A imagem exterior é complementada com um cruzamento entre uma grelha mais forte, que cria um efeito tridimensional com as ópticas, e linhas menos vincadas, primando muitas vezes por uma suavidade que não lhe era comum. “O exterior junta elementos-chave do carro de confiança, elegância e de carácter desportivo”, explicou, citado em comunicado, o director de design da marca, Alejandro Mesonero-Romanos.

Atrás, o lettering manual escolhido para escrever ao centro o nome do modelo imprime um toque de sofisticação, que se volta a percepcionar por todo o habitáculo, que assume também características minimalistas, com a grande maioria dos botões a serem substituídos pelas funções disponíveis num ecrã táctil de dez polegadas e com tecnologia de accionamento por gestos — é, no entanto, demasiada informação junta e, concluímos, pode ser um foco de distracção: é melhor estudar as várias funções e as suas posições antes de arrancar ou até explorar o sistema de reconhecimento de voz: basta dizer “hola” duas vezes.

Mas o que mais salta à vista é o cuidado nos acabamentos e a percepção de qualidade dos detalhes que, em conjunto, criam um ambiente sofisticado.

Racionalidade sob o capot

A Seat afiança que desenvolveu as motorizações para o novo Leon “tendo em conta o mundo real”, com uma gama ecléctica (há opções a gasolina, diesel, gás natural comprimido, mild-hybrid e híbrido plug-in) que diz primar pela eficiência. O que é natural, tendo em conta as cada vez mais apertadas normas relativamente à emissão de gases poluentes.

Ainda assim, Martorell garante que não prescindiu dos “mais elevados padrões de performance e de condução”, valendo-se também da possibilidade de o condutor escolher a forma como deseja que o carro se comporte, através dos modos predefinidos do chassis: Eco, Normal e Sport.

O divertimento atrás do volante ganha ainda outro fôlego quando, como no caso da unidade que conduzimos, é apoiado pela transmissão automática DSG, que beneficia agora de tecnologia shift-by-wire, tornando as respostas da caixa, de sete velocidades, mais céleres.

O Seat Leon já se encontra à venda em Portugal, a partir de 24.907 euros (a versão ensaiada custa quase mais dez mil: 33.227 euros), estando disponível para encomendas online — exclusivo para as versões 1.0 TSI 110cv Reference, 2.0 TDI 115cv Style e 1.5 eTSI 150cv DSG FR.