O homem que joga sozinho e sem bola

Massimo Furlan é um performer italo-suíço que tem corrido o mundo a fazer de Platini, Boniek ou Madjer em jogos de futebol que ficaram célebres.

Foto
Furlan a fazer de Sepp Maier na recriação de um RFA-RDA do Mundial de 1974 DR

Há uma espécie de paralelismo invertido entre o futebol desconfinado a que vamos assistindo nestes tempos de pandemia e aquilo que Massimo Furlan anda a fazer há decadas. O futebol na era da covid-19 não tem público, mas tem jogadores e tem bola; o futebol que Furlan tem levado a vários estádios no mundo inteiro tem público, mas não tem jogadores, também uma espécie de ensaio para o distanciamento social que estamos obrigados a praticar. Ou melhor, só tem um, ele próprio. E falta-lhe o esférico. Já foi Michel Platini na meia-final do Espanha 82, entre França e Alemanha, já foi Rabah Madjer na final de Viena que deu o título europeu ao FC Porto, em 1987, às custas do Bayern Munique, já foi Sepp Maier na única vez que RFA e RDA se defrontaram, em 1974, num Mundial. Quem mais joga para além de Furlan é a memória. Dele próprio e do público.

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Há uma espécie de paralelismo invertido entre o futebol desconfinado a que vamos assistindo nestes tempos de pandemia e aquilo que Massimo Furlan anda a fazer há decadas. O futebol na era da covid-19 não tem público, mas tem jogadores e tem bola; o futebol que Furlan tem levado a vários estádios no mundo inteiro tem público, mas não tem jogadores, também uma espécie de ensaio para o distanciamento social que estamos obrigados a praticar. Ou melhor, só tem um, ele próprio. E falta-lhe o esférico. Já foi Michel Platini na meia-final do Espanha 82, entre França e Alemanha, já foi Rabah Madjer na final de Viena que deu o título europeu ao FC Porto, em 1987, às custas do Bayern Munique, já foi Sepp Maier na única vez que RFA e RDA se defrontaram, em 1974, num Mundial. Quem mais joga para além de Furlan é a memória. Dele próprio e do público.