O cheiro a mofo no vinho continua a ser um pesadelo e não devia

A rolha de cortiça natural continua a ser o vedante mais utilizado pelos produtores de vinho. Porque se trata de um vedante inócuo e porque já mostrou ser eficaz na evolução dos vinhos. Mas será que não há alternativas?

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Nelson Garrido

Em Abril de 2017, escrevi uma crónica sobre um dos maiores pesadelos dos produtores de vinho: o TCA, o famoso cheiro a mofo que torna imbebível qualquer vinho e que é provocado por uma substância química chamada 2,4,6 Tricloroanisole. “Vai abrir uma garrafa? Reze primeiro”, era o título e partia desta evidência: “Algumas empresas já possuem tecnologia de despiste do TCA, só que os ritmos de controlo ainda são muito baixos - e o grosso das rolhas que chegam ao mercado continua a ser sujeito a um controlo mais ou menos aleatório. Hoje, só pagando um custo acrescido é que os produtores de vinho conseguem adquirir rolhas sem TCA. Um custo que devia ser assumido pela indústria da cortiça, porque é esse o seu negócio, está a ser suportado pelos produtores e, indirectamente, pelos consumidores”.

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Em Abril de 2017, escrevi uma crónica sobre um dos maiores pesadelos dos produtores de vinho: o TCA, o famoso cheiro a mofo que torna imbebível qualquer vinho e que é provocado por uma substância química chamada 2,4,6 Tricloroanisole. “Vai abrir uma garrafa? Reze primeiro”, era o título e partia desta evidência: “Algumas empresas já possuem tecnologia de despiste do TCA, só que os ritmos de controlo ainda são muito baixos - e o grosso das rolhas que chegam ao mercado continua a ser sujeito a um controlo mais ou menos aleatório. Hoje, só pagando um custo acrescido é que os produtores de vinho conseguem adquirir rolhas sem TCA. Um custo que devia ser assumido pela indústria da cortiça, porque é esse o seu negócio, está a ser suportado pelos produtores e, indirectamente, pelos consumidores”.