Autoridades moçambicanas dizem ter matado dois líderes de grupos armados em Cabo Delgado

As Forças de Defesa e Segurança anunciaram terem matado 78 membros do grupo no distrito de Macomia, incluindo dois cabecilhas e o governo provincial garante que tem o controlo daquela vila

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“As últimas batalhas travadas pelas Forças de Defesa e Segurança foram enormes", disse o Presidente Nyusi Reuters/Grant Neuenburg

As autoridades moçambicanas afirmam que o distrito de Macomia, na província nortenha de Cabo Delgado, tende a voltar à normalidade, depois de uma operação militar em que foram mortos 78 homens armados que atacavam a vila de Macomia desde a quinta-feira passada. Entre os mortos estariam dois lideres do grupo.

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As autoridades moçambicanas afirmam que o distrito de Macomia, na província nortenha de Cabo Delgado, tende a voltar à normalidade, depois de uma operação militar em que foram mortos 78 homens armados que atacavam a vila de Macomia desde a quinta-feira passada. Entre os mortos estariam dois lideres do grupo.

O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Jaime Neto, disse ainda que que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) feriram outros 60 combatentes, classificados como terroristas e afiliados com o Daesh. Os líderes mortos eram de nacionalidade tanzaniana, afirmou o ministro.

Um dos mortos foi identificado como Njorogue, envolvido nos primeiros ataques armados em Moçambique em 2017. “Nesta contra-ofensiva, foram abatidos dois dos principais chefes. Consta que o Njorogue foi aquele que iniciou com os ataques a Mocímboa da Praia no dia 5 de Outubro de 2017”, afirmou o governante.

As forças governamentais apreenderam diversos materiais com os atacantes, incluindo viaturas, motocicletas, bicicletas e outros bens roubados da população. Depois da expulsão dos terroristas de Macomia, as FDS continuam a procurar os rebeldes para identificar as suas bases.

“A nossa força vai trabalhar dia e noite para perseguir principalmente aqueles cabecilhas. Vamos também fazer a limpeza dos lugares onde eventualmente estejam escondidos”, disse.

O ministro Jaime Neto referiu que o sucesso destas operações depende, em grande medida, do envolvimento da população, através de denúncias. “Aproveitar esta oportunidade para apelar à população para continuar a colaborar da mesma maneira que tem estado a colaborar”, sublinhou.

A Amnistia Internacional apelou ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e às Forças de Defesa e Segurança, que garantam a “protecção dos civis, enquanto fazem as operações contra os grupos de oposição armada em Cabo Delgado”. “Devem ser tomadas todas as medidas necessárias e razoáveis para evitar crimes ao abrigo da lei internacional e violações de direitos humanos que marcaram raides militares anteriores nesta província do Norte de Moçambique”, diz a organização, em comunicado.

"A população de Cabo Delgado sofreu uma violência horrível nas mãos dos grupos de oposição armados, que cometeteram matanças, cortando cabçeas e desmembrando as vítimas, saqueando e queimando propriedades. A principal prioridade das autoridades moçambicanas deve ser levar os suspeitos destes crimes a julgamento em tribunais civis”, disse Deprose Muchena, director para a África do Sul e Oriental da Amnistia Internacional

Em relação à situação actual depois da invasão, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, garante que a vila de Macomia já está sob o controlo das autoridades. “A nossa força esteve desde o primeiro minuto que eles [terroristas] tinham entrado”, afirmou.

As autoridades ainda estão a fazer um levantamento sobre o que foi vandalizado. No sábado, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, saudou a actuação das FDS. “As últimas batalhas travadas pelas Forças de Defesa e Segurança foram enormes, foram muito produtivas. O esforço sempre é compreender quem é o inimigo e como está a operar. Estamos a aprender como lidar com essa força e estamos a encorajar a maneira como as FDS estão a abordá-la”, disse.

O governador de Cabo Delgado sublinhou que alguns populares que regressaram das matas onde se refugiaram partiram para a vandalização de bens alheios. “Por serem os primeiros a chegar na vila, estão a criar um oportunismo negativo, que é o furto de bens das famílias que ainda não chegaram à vila. Por causa disso, nós queremos apelar à nossa população para que haja ordem, disciplina e, para que no seu regresso, não estejam a criar vandalismo nas outras residências”, disse.