Lufthansa com solução à vista: Berlim dá 9000 milhões por 20%

Companhia e governo alemão têm entendimento para um plano de salvação da transportadora. Executivo federal fica com dois lugares no conselho de administração.

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Reuters/Ralph Orlowski

O Estado alemão vai ficar com 20% da Lufthansa e dois lugares no conselho de administração ao abrigo do plano de ajuda pública à transportadora, que já não consegue financiar-se no mercado. Em poucas semanas, a realidade da companhia mudou radicalmente e agora aceita submeter-se a um plano que impede o pagamento de dividendos, limita o salário dos executivos, mas que garante a participação “silenciosa” de Berlim. O montante da ajuda pública deverá ascender a nove mil milhões de euros.

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O Estado alemão vai ficar com 20% da Lufthansa e dois lugares no conselho de administração ao abrigo do plano de ajuda pública à transportadora, que já não consegue financiar-se no mercado. Em poucas semanas, a realidade da companhia mudou radicalmente e agora aceita submeter-se a um plano que impede o pagamento de dividendos, limita o salário dos executivos, mas que garante a participação “silenciosa” de Berlim. O montante da ajuda pública deverá ascender a nove mil milhões de euros.

Parada até ao fim de Maio, pelo menos, e com a frota estacionada pela Europa (os A380 estão em Teruel, Espanha), a Lufthansa tinha dito no final de Abril que só teria dinheiro para mais algumas semanas.

Esgotado o recurso ao crédito, entrou em negociações para um plano de ajuda do governo alemão, com previsível entrada do Estado no capital da empresa e, ao mesmo tempo, dar garantias públicas sobre mais empréstimos no valor de 3000 milhões de euros.

A empresa comunicou nesta quinta-feira que está no bom caminho para fechar o acordo, confirmando que o Estado alemão ficaria com dois lugares no conselho de administração. Porém, segundo a Reuters, os direitos de voto só serão exercidos em “circunstâncias excepcionais, como a protecção da empresa contra uma aquisição”.

No início de Maio, as notícias na Alemanha referiam que o Estado poderia tomar 25% da empresa. Será preciso esperar pela comunicação oficial para se perceber se Berlim baixou a fasquia da participação pública, visto que o negócio, feito através do fundo federal de estabilização, ainda então está totalmente fechado, apesar de haver acordo, segundo noticia a imprensa alemã.

Tal como a TAP, que também integra a Star Alliance, a Lufthansa foi duramente atingida pelas restrições mundiais de viagens por causa do controlo da pandemia. Outras companhias como Air France-KLM, American Airlines, United Airlines e Delta Air Lines (estas três dos EUA), também foram à procura de ajudas de Estado.

Em Portugal, ainda não há um entendimento entre Governo e comissão executiva da TAP.

Na Alemanha, a Lufthansa ficará obrigada a não pagar dividendos e a introduzir tectos salariais para gestores. O negócio terá de ser aprovado pela Comissão Europeia. 

O empréstimo de 3000 milhões, com garantia pública, incluirá obrigações convertíveis, convertíveis em mais 5% do capital da empresa e mais uma acção, para o caso de haver uma oferta pública de compra por parte de algum interessado.