Covid-19: Construção propõe testes a todos os trabalhadores e controlo digital

Sector quer avançar para uma rede de segurança que tranquilize operários, e a sociedade em geral, e montou um plano de resiliência para o qual chamaram sindicato, a ACT e o IMPIC.

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As duas principais associações de empresas de construção - a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), e a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) apresentaram ao Governo um projecto para “Criar Resiliência na Indústria da Construção - Um plano para a Continuidade no âmbito do COVID-19”, com o qual procuram a manutenção da confiança pública e garantir à sociedade em geral, e aos seus trabalhadores em particular, que estão a ser tomadas todas as medidas para minimizar os riscos de contágio trazidos pela pandemia do covd-19.

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As duas principais associações de empresas de construção - a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), e a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) apresentaram ao Governo um projecto para “Criar Resiliência na Indústria da Construção - Um plano para a Continuidade no âmbito do COVID-19”, com o qual procuram a manutenção da confiança pública e garantir à sociedade em geral, e aos seus trabalhadores em particular, que estão a ser tomadas todas as medidas para minimizar os riscos de contágio trazidos pela pandemia do covd-19.

“Queremos mostrar que estamos a cuidar das pessoas e que estamos a trabalhar num ambiente onde tomamos medidas para controlar o risco de contágio”, lê-se no documento a que o PÚBLICO teve acesso. 

Ao contrário de muitos sectores económicos, que foram praticamente obrigados a paralisar no âmbito das medidas de contenção decretadas pelo combate à pandemia, o sector da construção não parou. “Nem podia”, como defende ao PÚBLICO o presidente da AICCOPN, Reis Campos, sob pena de não haver salários para uma fileira com 600 mil trabalhadores.

Mas o receio que tanto os trabalhadores, como todos os cidadãos que com eles se cruzam, possam continuar apreensivos com a percepção de estarem expostos ao perigo, fê-los avançar para um plano de resiliência, para que, mesmo depois do estado de emergência, possa ser dada esse segurança a trabalhadores e cidadãos.

Este plano de resiliência passa por organizar o sector de forma a garantir o controlo sobre o que se passa dentro de cada site de obra e nos trajectos entre casa e o trabalho e interacções com os familiares ou colegas.

E as associações empresariais já cativaram não só o Sindicato da Construção para este projecto - recorde-se que o presidente desta estrutura sindical foi o primeiro a apelar a que parassem todas as obras -, mas também já conseguiram o interesse das autoridades que regulam e fiscalizam o sector, como a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e o Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC). Porque, para este projecto funcionar, todos eles vão ser necessários.

As principais medidas passam pela criação de uma rede de análises, em parceria com os laboratórios que estão no terreno, que permita que os trabalhadores possam ser submetidos ao teste da covid -19 (e que haja atribuição de certificados de imunidade sempre que for possível fazê-lo), e pela criação de uma plataforma digital onde em cada obra se poderá fazer registo de qualquer caso suspeito e da sua respectiva cadeia de contágio. 

“Esta iniciativa é prioritária, porque aumenta o controlo da potencial disseminação do vírus, evita o aumento da imposição de quarentenas e paragens de obra, diminui o estado de medo e ansiedade entre trabalhadores, contribui para a produtividade e aumenta a resiliência das empresas”, argumentam as duas associações empresariais.

E tendo em vista a particular mobilidade dos trabalhadores do sector, as associações empresarias propõem que a rede de testes possa ser feita no sistema drive thru, e que os postos de recolha se localizem em sítios de maior afluência de deslocação da mão-de-obra da construção, nomeadamente nas áreas de serviço da A3 e A4 na chegada ao Porto e na chegada a Lisboa pela A1.

Para além da mobilidade que existe entre os sítios de obra em território nacional, há também a preocupação com a mobilidade gerada pelo regresso de trabalhadores que antes estavam em França ou Espanha e que, com a paragem de obras nesses países, podem procurar trabalho em Portugal e dar origem a novos focos de contágio.