Realizar testes como medida isolada pode levar a “uma falsa segurança”, principalmente nos lares

“Resultados negativos podem dar uma falsa segurança e podem fazer relaxar”, referiu Graça Freitas. Devem manter-se os “hábitos de distanciamento social durante semanas, durante meses”, disse.

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Idosos de lar de Vila Real transferidos para hospitais Paulo Pimenta

A realização de testes como medida isolada para minimizar o impacto do novo coronavírus pode levar a uma “falsa segurança”, nomeadamente na “questão muito delicada” dos lares de idosos, disse a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, ​no domingo, 29 de Março.

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A realização de testes como medida isolada para minimizar o impacto do novo coronavírus pode levar a uma “falsa segurança”, nomeadamente na “questão muito delicada” dos lares de idosos, disse a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, ​no domingo, 29 de Março.

“Aliás, nenhuma medida isolada resolve o problema da covid-19”, afirmou a representante da Direção-Geral da Saúde (DGS), na conferência de imprensa no Ministério da Saúde, em Lisboa. A intervenção foi motivada pelo anúncio da Câmara Municipal da Maia, de que irá efectuar, a partir da próxima semana, testes de despiste da covid-19 a todos os idosos hospedados nos lares de terceira idade, públicos e privados, existentes naquele concelho.

Segundo a directora-geral da Saúde, o teste serve para identificar precocemente um caso positivo, mas “não serve para descansar os casos que forem negativos”.

“Resultados negativos podem dar uma falsa segurança e podem fazer relaxar. Dentro dos lares e dentro de todos os sítios onde existam várias pessoas a conviver devem manter-se no dia-a-dia hábitos de distanciamento social durante semanas, durante meses”, referiu Graça Freitas.

E especificou que, no caso dos lares de idosos, existem medidas encaradas como fundamentais: distanciamento social, utilização de equipamento de protecção individual quando for necessário, isolar qualquer caso positivo, reforçar a limpeza dos objectos, das superfícies e das camas. “E sobretudo distanciar os utentes, distanciar todos os dias os utentes, nunca pensar que um teste negativo está garantido para as semanas, para os dias seguintes”, frisou a directora-geral.

Também a ministra da Saúde, Marta Temido, destacou a “preocupação central” que representam as estruturas residenciais para idosos e a importância da eficácia da resposta destas unidades perante um possível caso suspeito de covid-19.

“É urgente que todos se preparem e respondam imediatamente perante um caso suspeito”, disse Marta Temido, na mesma conferência de imprensa, referindo o papel essencial que desempenham as direcções técnicas destas estruturas residenciais, com a aplicação de planos de contingência e em coordenação com o plano das autoridades de saúde competentes.

Por exemplo, segundo enumerou a governante, estas direcções devem garantir que as camas dos utentes estão a uma distância de 1,5 a 2 metros, que espaços comuns são utilizados por turnos em horários desencontrados, que a circulação dos utentes nos estabelecimentos é reduzida para minimizar o risco de transmissão e que qualquer pessoa com sintomas (tosse, febre, falta de ar) deve ser isolada e avaliada por um médico.

A organização de funcionários em equipas, sem contacto entre si, é também uma medida importante, indicou ainda a ministra da Saúde. “Se não houver condições [para separar fisicamente casos confirmados de covid-19 em lares ou para as medidas de prevenção aconselhadas] tem de se encontrar espaços alternativos na comunidade”, afirmou ainda a ministra, reiterando o apelo para a participação de voluntários para ajudar os idosos.

“Não podemos deixar ninguém à sua sorte”, afirmou Marta Temido.