Benfica desiste da OPA sobre a SAD

“Encarnados” ponderavam decisão desde o momento da paragem dos campeonatos. Investimentos projectados vão ser reavaliados.

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LUSA/António Pedro Santos

A Benfica SGPS manifestou nesta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a intenção de desistir da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que tinha lançado sobre a SAD. Na base da decisão dos “encarnados” está o actual cenário de incerteza provocado pela pandemia de covid-19, que interrompeu as actividades desportivas. 

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A Benfica SGPS manifestou nesta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a intenção de desistir da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que tinha lançado sobre a SAD. Na base da decisão dos “encarnados” está o actual cenário de incerteza provocado pela pandemia de covid-19, que interrompeu as actividades desportivas. 

“A revogação da Oferta já vinha sendo discutida com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários [CMVM] desde que se tornou do conhecimento público, no dia 12 de Março de 2020, a suspensão do campeonato nacional de futebol”, lê-se no comunicado disponível no site da CMVM.

O regulador, de resto, já tinha suspendido a venda de acções dos “encarnados”, justificando a decisão com a necessidade de serem prestados esclarecimentos sobre o negócio, numa altura em que já se discutia a possibilidade de o clube liderado por Luís Filipe Vieira abortar a operação iniciada em Novembro de 2019.

A ser levada a cabo com sucesso, esta movimentação deixaria o Benfica com 95% do capital da SAD, num negócio que o dirigente já tinha explicado desta forma: “O Benfica passa a tomar as decisões por ele próprio e se um dia entender que deve ter um parceiro estratégico poderá ter, como outros têm”.

O cenário, porém, mudou e os “encarnados” explicam agora que “a Benfica SAD está a avaliar os impactos que a pandemia decorrente do novo coronavírus tem na sua actividade, face à grande incerteza e imprevisibilidade da situação”.

Impactos, esses, que levam a direcção do clube a ser mais conservadora num futuro próximo: “[É] previsível a redução de custos e despesas não indispensáveis ao desenvolvimento da actividade e a ponderação acrescidamente cuidada de todos os investimentos que estavam projectados”.