Instituto Português do Sangue alerta para forte redução de dadores devido à covid-19

Colheitas caíram um quinto mas o instituto garante que as necessidades imediatas estão asseguradas porque também houve redução do consumo devido ao cancelamento de cirurgias. E decidiu elevar o nível de alerta para amarelo - o segundo da escala de quatro.

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Andre Rodrigues

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) está a sofrer “uma forte redução no número de dadores”, devido ao surto de covid-19 no país, tendo decidido avançar para o nível amarelo de alerta. O instituto presidido por Maria Antónia Escoval reconhece também “uma redução” na reserva estratégica nacional de sangue, acompanhada de “uma diminuição de 22 por cento no número de colheitas realizadas”. No entanto, o organismo público garante que as necessidades imediatas estão asseguradas.

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O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) está a sofrer “uma forte redução no número de dadores”, devido ao surto de covid-19 no país, tendo decidido avançar para o nível amarelo de alerta. O instituto presidido por Maria Antónia Escoval reconhece também “uma redução” na reserva estratégica nacional de sangue, acompanhada de “uma diminuição de 22 por cento no número de colheitas realizadas”. No entanto, o organismo público garante que as necessidades imediatas estão asseguradas.

“Neste momento, permite responder às necessidades, uma vez que a diminuição nas colheitas de sangue e componentes sanguíneos foi acompanhada de uma redução nos consumos devido ao adiamento de intervenções programadas nos hospitais”, refere o IPST, salientando que “não é possível antever com exactidão a quebra até ao final de Março”.

A reserva estratégica nacional de sangue contempla quatro níveis de alerta no seu plano de contingência: verde, amarelo, laranja e vermelho, sendo este último mais grave activado quando as reservas do país não forem além de três dias.

Por agora, o alerta amarelo levou já a um reforço de medidas do IPST: “Envolve o reforço do envio de SMS [mensagens curtas via telemóvel] de convocatória de dadores activos, o aumento da actividade da colheita de componentes por aférese, o reforço do planeamento das sessões de colheita com alargamento dos horários e o agendamento prévio com hora marcada, que permite não ter tantos dadores em simultâneo nos locais fixos de colheita, sendo um garante de segurança para profissionais de saúde e dadores”, adianta a responsável.

Face à propagação do novo coronavírus, o IPST revela também ter alterado as estratégias relativas à área de gestão do contacto com dadores e de planeamento das sessões móveis de colheita, que estão agora “interditas por razões de segurança, uma vez que não cumprem as condições de distanciamento e a existência de um espaço para isolamento”, como definido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“O plano de contingência prevê a implementação de medidas que, entre outras, têm em vista a mitigação do impacto da redução de dadores de sangue, a mitigação do risco de exposição dos profissionais e dadores ao SARS-CoV-2, e a mitigação do potencial risco de transmissão do vírus por transfusão sanguínea”, explicou o Conselho Directivo do IPST nas respostas enviadas.

Paralelamente, o instituto público reiterou a segurança do seu protocolo que, além do questionário habitual, inclui “um reforço na pesquisa de antecedentes pessoais do dador, nas questões relacionadas com as viagens a áreas ou regiões com surto ou transmissão comunitária activa” no actual contexto de pandemia.

“O distanciamento social e a quarentena voluntária não impedem a circulação de pessoas, nomeadamente, para se dirigirem a locais onde se realizam sessões de colheita de sangue e assim poderem contribuir para fazer face às necessidades de sangue e componentes sanguíneos”, sublinhou, sendo disso exemplo uma acção de recolha de sangue que decorreu nesta terça-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, com o IPST a considerar como seguras iniciativas como esta.