Coronavírus: epidemia é mais mortal do que a gripe sazonal, afirma Francisco George

Novo coronavírus e gripe não podem ser comparados porque são “vírus distintos, doenças distintas, que geram epidemias distintas”, considera o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.

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Francisco George salientou que “há avanços que têm sido muito rápidos” e que “este é o momento da ciência que tem de ser acompanhado por confiança” por parte dos portugueses. Miguel Manso

O ex-director-geral da Saúde Francisco George afirmou esta segunda-feira que o novo coronavírus e a gripe sazonal são vírus distintos, sabendo-se já que a nova epidemia é mais mortal.

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O ex-director-geral da Saúde Francisco George afirmou esta segunda-feira que o novo coronavírus e a gripe sazonal são vírus distintos, sabendo-se já que a nova epidemia é mais mortal.

Apesar de a doença provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), ainda não ser totalmente conhecida, “já se identificou o vírus, a forma como se transmite, a sua composição molecular, estão a ser ensaiadas vacinas e um novo medicamento que se administra por via oral para apoiar o controlo da doença”, disse o especialista em saúde pública.

Também já se sabe que “a probabilidade de se morrer da doença é comprovadamente maior para o novo coronavírus do que para outras doenças respiratórias como a gripe”, disse o também presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.

Na semana passada, o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha afirmado que o novo coronavírus - família de vírus que pode causar infecções respiratórias como pneumonia - é mais perigoso do que os vírus da gripe, apresentando uma taxa de mortalidade de 3,4% (para a gripe é menos de 1%).

Para o especialista em saúde pública Francisco George não se pode comparar o novo coronavírus com a gripe porque são “vírus distintos, doenças distintas, que geram epidemias distintas”.

“Provavelmente, terá havido desde o início um processo de comparação, a meu ver indevida, com o vírus da gripe”, mas não se pode comparar um problema com o outro, afirmou.

Francisco George salientou ainda que “há avanços que têm sido muito rápidos” e que “este é o momento da ciência que tem de ser acompanhado por confiança” por parte dos portugueses e pela adopção de medidas de etiqueta respiratória como lavar frequentemente as mãos.

“A falta de cuidados que os portugueses sempre demonstram em relação à gripe é inimiga da adopção de medidas para o novo coronavírus”, alertou.

Face ao aumento de casos de infecção, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte e a limitação de visitas às prisões de todo o país. Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.