Petróleo com a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo

Desde 1991, crude não tinha uma abertura de sessão com uma queda tão abrupta. Arábia Saudita, maior produtor de petróleo, ameaça inundar o mercado a partir de Abril. Crude afunda mais de 20%

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Reuters/AHMED JADALLAH

Os mercados internacionais que negoceiam os contratos futuros de entrega de petróleo estão a registar esta noite, com a abertura das praças asiáticas, um dos piores arranques desde a guerra do Golfo de 1991, avançam as agências noticiosas.

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Os mercados internacionais que negoceiam os contratos futuros de entrega de petróleo estão a registar esta noite, com a abertura das praças asiáticas, um dos piores arranques desde a guerra do Golfo de 1991, avançam as agências noticiosas.

Num dos piores inícios de negociação, escreve a Bloomberg, o Brent – crude do Mar do Norte que serve de referência para a economia portuguesa – chegou a afundar 31% em segundos, depois de na semana passada já ter sofrido a maior queda após a última crise financeira. 

O barril de Brent negociado em Londres seguia agora com uma queda de 22%, para 35,32 dólares por barril enquanto o Petróleo WTI (West Texas Intermediate) recuava 21,8%, para 32,29 dólares, segundo a Reuters.

A epidemia do novo coronavírus já estava a provocar quedas no petróleo por receio de abrandamento do crescimento global, mas este fim-de-semana houve desentendimentos entre os principais produtores.

Nesta sexta-feira, em Viena, Áustria, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia não chegaram a acordo quanto a mais cortes na produção de petróleo, para responder à queda no consumo global daquele combustível fóssil.

A Rússia, um dos principais aliados da OPEP, opôs-se a um corte de produção destinado a conter a queda nos preços do petróleo, afectados pela epidemia do novo coronavírus. A Arábia Saudita decidiu, em retaliação, inundar a partir de Abril o mercado com maior volume de produção do que o nível actual.

Desde o início do ano, os preços do petróleo já caíram mais de 30%, devido à desaceleração económica causada pela expansão da doença covid-19.

Esta noite, as bolsas da Arábia Saudita e de outros países do Golfo abriram nos níveis mais baixos em vários anos, depois da falta de acordo entre a OPEP e a Rússia sobre cortes na produção de petróleo.

A bolsa de valores da Arábia Saudita caiu 7,7%, a do Dubai desceu 8,5%, bem como o mercado do Kuwait e de Abu Dhabi, que registaram quedas de mais de 7%. Também as bolsas do Qatar, Bahrain e Omã abriram hoje a registar quedas de 3,5%, 3% e 1,1%, respectivamente, segundo a Lusa.

A participação da Saudi Aramco, “gigante” do petróleo, caiu pela primeira vez abaixo do preço da Oferta Pública Inicial (OPI), que era de 32 riais sauditas (8,5 dólares), atingindo 31,15 riais.

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