Sem rivais internos, Liverpool e PSG atacam a Champions

A Liga dos Campeões regressa hoje com a realização em Madrid e em Dortmund dos dois primeiros jogos da 1.ª mão dos oitavos-de-final. João Félix fica de fora do duelo com os campeões europeus

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Treino do Liverpool em Madrid Reuters/CARL RECINE

Dois meses e sete dias depois de se disputarem os últimos confrontos da fase de grupos, Liverpool, PSG, Atlético de Madrid e Borussia Dortmund, quatro dos 16 resistentes da Liga dos Campeões, começam hoje, a partir das 20h00, a lutar por um lugar na final de Istambul, que será realizada a 30 de Maio. Nos dois primeiros jogos dos oitavos-de-final, ingleses (jogam em Madrid) e franceses (deslocam-se a Dortmund) começam fora, mas o favoritismo está do lado das equipas lideradas por técnicos germânicos: com a disputa interna praticamente resolvida, o Liverpool, de Jürgen Klopp, e o PSG, de Thomas Tuchel, vão colocaram todas as fichas no ataque à Champions.

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Dois meses e sete dias depois de se disputarem os últimos confrontos da fase de grupos, Liverpool, PSG, Atlético de Madrid e Borussia Dortmund, quatro dos 16 resistentes da Liga dos Campeões, começam hoje, a partir das 20h00, a lutar por um lugar na final de Istambul, que será realizada a 30 de Maio. Nos dois primeiros jogos dos oitavos-de-final, ingleses (jogam em Madrid) e franceses (deslocam-se a Dortmund) começam fora, mas o favoritismo está do lado das equipas lideradas por técnicos germânicos: com a disputa interna praticamente resolvida, o Liverpool, de Jürgen Klopp, e o PSG, de Thomas Tuchel, vão colocaram todas as fichas no ataque à Champions.

Com 25 pontos de vantagem sobre a concorrência mais próxima na Premier League – será preciso uma catástrofe para que, três décadas depois, não se volta a festejar o título inglês em Anfield Road -, o Liverpool tem preparado cuidadosamente nas últimas semanas o regresso à Liga dos Campeões. Mesmo sem tirar o pé do acelerador – 25 vitórias e um empate nas 26 jornadas do campeonato -, Klopp tem rodado meticulosamente a sua equipa (Sadio Mané entrou apenas aos 60’ frente ao Norwich) e vai apresentar-se no Wanda Metropolitano munido de todos os seus trunfos: Shaqiri, por lesão, deverá ser o único indisponível nos “reds”, que vão regressar ao palco onde venceram no ano passado a competição.

De regresso a Madrid, Klopp admitiu que irá sentir “uma emoção positiva”, mas alertou para os perigos da equipa treinada por Diego Simeone: “Se há clube que sabe jogar para o resultado, é o Atlético.” O técnico reconheceu que os espanhóis tiveram “grandes problemas com lesões nas últimas semanas”, mas disse acreditar que as dores de cabeça de Simeone estarão atenuadas para o jogo de hoje. “[Alvaro] Morata esteve no banco contra o Valência [entrou aos 66’], ouvi dizer que [Diego] Costa já voltou a treinar e o João Félix estará disponível, tenho a certeza”, avaliou Klopp.

Apesar das convicções do treinador do Liverpool, o regresso do português não vai acontecer na recepção aos campeões europeus. Fora de combate desde 26 de Janeiro, quando sofreu uma lesão na perna direita, Félix chegou a ser dado como apto para a 1.ª mão dos “oitavos”. Porém, uma faringoamigdalite atrasou o regresso do português, que ontem voltou a ficar de fora do treino dos madrilenos. Igualmente indisponíveis deverão estar o ex-portista Herrera e o defesa direito inglês Kieran Tripper.

Para além de um quadro clinico adverso, Simeone terá também que encontrar uma fórmula para inverter um ciclo negativo. Após um final de 2019 positivo – cinco vitórias consecutivas -, o Atlético entrou numa espiral de maus resultados. Com apenas um triunfo nas últimas sete partidas, os “colchoneros” foram afastados da Taça do Rei pelo modesto Cultural Leonesa e começaram a perder o comboio da luta pelo título espanhol – 13 pontos de desvantagem para o Real Madrid -, o que aumenta a pressão sobre Simeone: a Champions é a última bóia de salvação.

Na outra eliminatória que começará hoje, o favoritismo dos forasteiros não é tão evidente, mas Thomas Tuchel parece partir com vantagem no regresso ao Signal Iduna Park. Sem obstáculos internos – dez pontos de vantagem sobre o Marselha de Villas-Boas na liga francesa -, a Champions continua a ser uma espinha atravessada na garganta do PSG e novo falhanço na competição deverá ser fatal para Tuchel.

Nas últimas três temporadas, o clube financiado pelos milhões do Qatar não ultrapassou a fasquia dos “oitavos”, mas caiu sempre frente a adversários com pedigree: Barcelona (2016-17), Real Madrid (2017-18) e Manchester United (2018-19). Desta vez, para além de ter mais qualidade no seu plantel, Tuchel terá pela frente um rival que conhece muito bem. Depois de conquistar um 2.º e um 3.º lugar na Bundesliga ao serviço do Borussia Dortmund, no primeiro frente a frente entre Tuchel e a sua antiga formação a grande incógnita estará na imprevisibilidade de alemães e franceses.

Com jogadores de inegável qualidade (Hummels, Raphael Guerreiro, Emre Can, Witsel, Sancho e Haaland, entre outros), o Dortmund tem mostrado pouca consistência e o início de 2020 tem sido um reflexo disso mesmo: começou com três goleadas na Bundesliga (5-3, 5-1 e 5-0), mas foi batido nas duas partidas seguintes com sete golos sofridos.