Angola é um dos países africanos prioritários na vigilância do coronavírus para a OMS

Organização Mundial de Saúde vai reforçar esta semana apoio a países com maiores contactos com a China, com pessoal e equipamento. Há cidadãos chineses em quarentena em Angola e Moçambique.

Foto
A OMS vai enviar equipamento e pessoal médico para tentar evitar que o surto se espalhe em África NARONG SANGNAK/EPA

Angola está entre os 13 países de prioridade máxima para a Organização Mundial de Saúde (OMS) na luta contra o novo coronavírus, que precisam de ser vigiados de perto devido aos ao grande número de viagens de e para a China.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Angola está entre os 13 países de prioridade máxima para a Organização Mundial de Saúde (OMS) na luta contra o novo coronavírus, que precisam de ser vigiados de perto devido aos ao grande número de viagens de e para a China.

O Governo de Luanda anunciou ter imposto a obrigatoriedade de quarentena para todos os passageiros provenientes da China e tem actualmente sob observação 40 cidadãos que regressaram em voos nos últimos dias. Vivem em Angola cerca de 250 mil chineses, diz a Voice of America.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, a quarentena aplica-se a cidadãos angolanos, chineses ou de outras nacionalidades que cheguem a partir da China ou que tenham estado em contacto com pessoas afectadas, visando prevenir o contágio com o coronavírus. “Já temos um hospital referência da Barra do Kwanza, onde se encontram 40 cidadãos que chegaram nos voos há alguns dias”, acrescentou o chefe da diplomacia angolana.

Mais de 30 mil pessoas foram já infectadas com o novo coronavírus, e o mais recente balanço é de 638 mortes - apenas uma não ocorreu na China.

Em Moçambique, outro país africano de língua oficial portuguesa com grandes laços económicos com a China, estão neste momento em quarentena voluntária num hotel quatro cidadãos chineses recentemente chegados a Maputo, noticia a imprensa moçambicana.

A situação está a gerar algum alarme nos cidadãos da capital, que se interrogam porque são mantidas estas pessoas num hotel e não num local mais apropriado, relata ainda a Voice of America. A directora de saúde de Maputo, Sheila Lobo, diz que só será posto de quarentena hospitalar quem tiver mesmo sintomas da doença.

Moçambique, no entanto, não faz parte da lista de países que africanos que mais preocupam a OMS, que são, além de Angola, África do Sul, Argélia, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Ilhas Maurícias, Nigéria, Quénia, República Democrática do Congo, Tanzânia, Uganda e Zâmbia.

A OMS anunciou que foram destacados efectivos adicionais para sete destes 13 países. Até ao final da semana, as equipas devem chegar a todos os países e a agência da ONU está também a enviar equipamentos essenciais para fazer rastreios e gerir casos de suspeita de infecção com coronavírus nos aeroportos e outros pontos de entrada.

A experiência dos países na prevenção e combate ao surto de ébola de 2018, na República Democrática do Congo, levou ao aumento da capacidade de vigilância e à gestão de casos de infecção, sublinha a OMS.