Kwanza: José Eduardo dos Santos fora de circulação

Deputados aprovam a introdução das novas notas de kwanza só com o perfil de Agostinho Neto, que começam a entrar em circulação até ao final do primeiro semestre.

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Uma nota de kwanza só com o perfil de Agostinho Neto DR

A Assembleia Nacional de Angola aprovou na quinta-feira, com a abstenção da UNITA e sem qualquer voto contra, a proposta de lei que autoriza o Banco Nacional de Angola (BNA) a pôr em circulação uma nova família de notas, mais seguras e sem a figura de José Eduardo dos Santos.

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A Assembleia Nacional de Angola aprovou na quinta-feira, com a abstenção da UNITA e sem qualquer voto contra, a proposta de lei que autoriza o Banco Nacional de Angola (BNA) a pôr em circulação uma nova família de notas, mais seguras e sem a figura de José Eduardo dos Santos.

O dinheiro actualmente em circulação traz o perfil dos ex-Presidentes Agostinho Neto e Eduardo dos Santos, nas novas cédulas de polímero (com maior resistência e de maior durabilidade) figurará apenas o rosto do chamado “pai da nação” angolana, mesmo tendo em conta que foi chefe de Estado um décimo do tempo do seu sucessor, que lhe sucedeu na morte.

O governador do banco central, José Massano, disse à Angop que as notas serão introduzidas gradualmente até ao final do primeiro semestre e as de valor mais alto (10.000 kwanzas) só entrarão em circulação quando estiverem reunidas as condições de desenvolvimento económico adequadas. Dez mil kwanzas equivalem a 18 euros no câmbio oficial e 15,20 euros no mercado paralelo.

Massano justifica a introdução da nova família de notas por razões económicas, já que irá permitir reduzir para metade o custo de manutenção das cédulas. A cada dois anos, o Estado gasta 30 milhões de euros, com as novas notas passará a despender esse valor a cada quatro anos.

O vice-governador do BNA, Rui Miguêns, explicou aos jornalistas, citado pela Lusa, que “há ainda algum trabalho para fazer”. As novas cédulas vão sendo introduzidas “por substituição” das velhas que forem recolhidas “por estarem em mau estado”.

O deputado Raul Danda, da UNITA, questionou “a oportunidade e a urgência” desta mudança, por se irem “gastar biliões”, numa altura em que o país “por não existirem recursos para fazer face à crise”.