Claire Danes: a heroína pós-11 de Setembro

Em Fevereiro, começa o fim de Carrie Mathison, o papel que mais anos ocupou a actriz de Romeu e Julieta e o novo rosto das narrativas americanas sobre o terrorismo.

Foto
Com 40 anos, Claire Danes fez cinema e televisão mas é esta que lhe dá identidade no grande público. Esta é a personagem que mais tempo carregou Rich Fury/Getty Images

A Segurança Nacional (Homeland) chega este ano ao fim e com ela um ciclo de narrativas norte-americanas televisivas mainstream do pós-11 de Setembro. Depois de uma década com Jack Bauer e 24, série tão viciante quanto conservadora, os deuses televisivos criaram a mulher — Carrie Mathison, agente problemática, matizada na sua doença bipolar ou paixão pelo inimigo e, como descreve a sua intérprete, “patriota”. Do contra-terrorismo primário em que todos os inimigos são muçulmanos e em que um só homem defende a liberdade americana à lei do waterboarding, a televisão mudou de canal para que o canal Showtime ganhasse uma camada de prestígio e Claire Danes recebesse dois Emmys de Melhor Actriz e a série fosse eleita o Melhor Drama. Transitaria de uma América sob o signo de Obama (o casal presidencial e Hillary Clinton pediam episódios antes de irem para o ar), dos drones e do estado de vigilância para a administração Trump em que a Rússia e a paranóia interna eram os novos fantasmas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Segurança Nacional (Homeland) chega este ano ao fim e com ela um ciclo de narrativas norte-americanas televisivas mainstream do pós-11 de Setembro. Depois de uma década com Jack Bauer e 24, série tão viciante quanto conservadora, os deuses televisivos criaram a mulher — Carrie Mathison, agente problemática, matizada na sua doença bipolar ou paixão pelo inimigo e, como descreve a sua intérprete, “patriota”. Do contra-terrorismo primário em que todos os inimigos são muçulmanos e em que um só homem defende a liberdade americana à lei do waterboarding, a televisão mudou de canal para que o canal Showtime ganhasse uma camada de prestígio e Claire Danes recebesse dois Emmys de Melhor Actriz e a série fosse eleita o Melhor Drama. Transitaria de uma América sob o signo de Obama (o casal presidencial e Hillary Clinton pediam episódios antes de irem para o ar), dos drones e do estado de vigilância para a administração Trump em que a Rússia e a paranóia interna eram os novos fantasmas.