Investimento captado com vistos gold caiu 11,4% em 2019

Aquisição de imóveis continua a dominar na atribuição de vistos gold. Os investidores chineses continuam a dominar, mas diminuíram em 2019, enquanto o número de investidores brasileiros voltou a subir.

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É por via da aquisição de casas que a maioria dos vistos gold é atribuída Pedro Fazeres

A entrada de investimento em Portugal por via da oferta de vistos gold registou, em 2019, uma queda, diminuindo face ao ano passado, de acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) citados pela Lusa, 11,4% para 742 milhões de euros.

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A entrada de investimento em Portugal por via da oferta de vistos gold registou, em 2019, uma queda, diminuindo face ao ano passado, de acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) citados pela Lusa, 11,4% para 742 milhões de euros.

No total, durante o ano passado, foram concedidos 1245 Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI), os denominados vistos gold, sendo que na sua grande maioria estas autorizações estão relacionadas com a aquisição de imóveis em Portugal.

Dos 1245 vistos, 1160 (com um investimento de 660,7 milhões de euros) foram concedidos mediante o critério de aquisição de bens imóveis. Quanto ao requisito de compra de imóveis tendo em vista a reabilitação urbana, foram atribuídos 214 ARI, correspondentes a um montante de 76 milhões de euros.

Bastante mais raros foram os vistos concedidos usando o requisito de transferência de capitais, que ascenderam a 81, enquanto o requisito de criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho, não foi responsável pela concessão de mais de quatro vistos.

De acordo com os dados do SEF, desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 8207 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1526 em 2014, 766 em 2015, 1414 em 2016, 1351 em 2017, 1409 em 2018 e 1245 em 2019.

Até ao ano passado, em termos acumulados, foram atribuídos 7735 vistos gold por via da compra de imóveis, dos quais 463 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 455 e foram atribuídos 17 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4467), seguida do Brasil (863), Turquia (380), África do Sul (320) e Rússia (296).

No entanto, em 2019, a China foi um dos países onde a queda do investimento gerado através deste instrumento foi mais acentuada. O investimento chinês captado por via dos vistos gold recuou 19% no ano passado, face a 2018, para 219,7 milhões de euros. Em 2019, foram concedidas 394 ARI, contra um valor de 485 em 2018.

Já o investimento oriundo do Brasil registou um aumento de 6,3% no ano passado, face a 2018, para 158,1 milhões de euros (210 vistos “dourados"). Há dois anos, tinham sido concedidos 180 vistos “gold” a cidadãos de origem brasileira, no montante de 148,6 milhões de euros.

Por sua vez, o investimento turco através deste instrumento caiu mais de metade (54%) para 44,9 milhões de euros (85 vistos atribuídos). Em 2018, o montante ascendeu a 98,1 milhões de euros, tendo sido concedidos vistos a 188 cidadãos turcos.

No ano passado, os Estados Unidos (65 vistos e investimento de 43,5 milhões de euros) e a Rússia (53 ARI e 35 milhões de euros) substituíram a África do Sul e o Vietname no pódio das cinco nacionalidades que mais investiram em Portugal através dos vistos.

Em 2018, África do Sul, com 57 ARI, foi responsável pela captação de 31 milhões de euros, enquanto o Vietname, com 55 vistos “dourados”, totalizou 28,2 milhões de euros em investimento.