Confirmada rotura de segundo dique em Montemor-o-Velho

A rotura de um dique foi confirmada ao início da noite. Não se trata, no entanto, do mesmo dique que preocupou as autoridades durante a tarde e que motivou o alerta para a possibilidade de evacuação da aldeia de Casal Novo do Rio.

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LUSA/PAULO NOVAIS

Emílio Torrão, presidente câmara municipal de Montemor-o-Velho, confirmou, pelas 22h, a rotura de um segundo dique do rio Mondego na margem oposta a Casal Novo do Rio, que durante a tarde tinha sido evacuada devido ao receio de rotura de um outro dique mesmo junto à aldeia. 

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Emílio Torrão, presidente câmara municipal de Montemor-o-Velho, confirmou, pelas 22h, a rotura de um segundo dique do rio Mondego na margem oposta a Casal Novo do Rio, que durante a tarde tinha sido evacuada devido ao receio de rotura de um outro dique mesmo junto à aldeia. 

O autarca assegurou, contudo, que a situação se encontra controlada porque “o leito do rio” está a “encaixar bem a água” que está a vazar. O dique que rompeu esta noite, explicou, situa-se na margem esquerda, “do lado oposto a Casal Novo do Rio”, a cerca de 1,5 km. “Vamos continuar a monitorizar a situação”, explicou, admitindo que não fossem necessárias mais evacuações. 

Em conferência de imprensa pelas 19h, em Montemor-o-Velho, o comandante distrital de operações de socorro de Coimbra, Carlos Tavares, adiantou que o reforço do dique junto a Casal Novo do Rio já tinha tido início, estando a ser utilizados sacos de areia e pedra — mas acabou por não ser esse a colapsar. A intervenção continuaria durante a noite. Mas era preciso estar preparado para o pior, pelo que as acções junto da população, “porta-a-porta”, não seriam abandonadas.

O alerta sobre a instabilidade deste dique já havia sido dado durante a tarde deste domingo. “Alertamos a população da zona susceptível a cheias da vila de Montemor-o-Velho para o risco muito elevado de cheia. Aconselhamos que acautele os seus bens e os seus animais, se proteja e recolha uma muda de roupa, medicação e documentos de identificação para a eventual necessidade de, em caso de emergência, evacuação das zonas sensíveis”, refere a informação da Câmara da Montemor-o-Velho.

Em conferência de imprensa pelas 19h, em Montemor-o-Velho, o comandante distrital de operações de socorro de Coimbra, Carlos Tavares, adiantou que o reforço do dique na margem direita já teve início, estando a ser utilizados sacos de areia e pedra. Explicou ainda que é preciso estar preparado para pior, pelo que as acções junto da população, “porta-a-porta”, continuam.

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Reforço do dique em Casal Novo do Rio Sérgio Azenha

O presidente da autarquia, Emílio Torrão, explicou, durante a tarde, que “foi detectado um pequeno aluimento com escorrência na margem esquerda do dique periférico direito” e que, por isso, “a câmara mandou evacuar a povoação de Casal Novo do Rio”. “Existe perigo, por isso mandei evacuar. A água que está acumulada no vale central [zona agrícola entre o canal principal do Rio Mondego e o leito periférico direito] está a fazer pressão sobre o dique e existe perigo de rompimento.”

“Neste momento, não há como dizer que estamos a correr qualquer risco, mas estas escorrências podem provocar alguma fragilidade à margem do dique e criar rotura. Como havia grande concentração de pessoas na zona, foi dada ordem à GNR para as retirar dali”, afirmou, ainda antes da conferência de imprensa, Carlos Luís Tavares.

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Momentos antes da evacuação a Câmara de Montemor-o-Velho lançou um alerta para as populações das zonas baixas da vila e ainda de Casal Novo do Rio e Ereira, na sequência do caudal elevado do Rio Mondego.

“Alerta-se a população das zonas baixas historicamente sensíveis a cheias de Montemor-o-Velho, Casal Novo do Rio e Ereira para tomarem medidas de prevenção e autoprotecção devido ao risco elevado de cheia”, refere uma informação enviada por e-mail da Câmara.

O município aconselha ainda a que se “acautele bens e animais”. Além disso, a autarquia apela à população para que “se proteja e recolha uma muda de roupa, medicação e documentos de identificação para a eventual necessidade de, em caso de emergência, evacuação das zonas sensíveis”.

Pede ainda a Câmara calma e vigilância, e que as pessoas façam “uma lista e recolham os objectos importantes e necessários, nomeadamente documentos de identificação e medicamentos”.

Em caso de necessidade, deve a população dirigir-se para o Pavilhão Municipal de Montemor-o-Velho ou para a Associação Cultural Desportiva e Recreativa da Ereira.

A GNR, por volta das 16h50, retirou da zona do Casal Novo do Rio e Ponte das Lavandeiras as dezenas de pessoas que estavam naquela zona a ver os estragos.