O barroco de André Soares continua a fascinar, 250 anos depois

Deixou dezenas de obras, imponentes ou íntimas, espalhadas pelo Norte do país, de Viana do Castelo até Lamego. Reavivado no século passado pelo historiador Robert Smith, o arquitecto bracarense, que viajou pelo barroco joanino, pelo rococó e pelo tardobarroco, volta agora a ser festejado.

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O barroco e o rococó do Norte de Portugal estão cravados em edifícios monumentais e retábulos imponentes que acompanham, de alto a baixo, o pé-direito de uma igreja, mas também em espaços ínfimos e quase secretos. Não é preciso ir mais longe do que a Avenida Central, em Braga: a Basílica dos Congregados, de fachada tardobarroca (construída entre 1760 e 1766), uma marca incontornável na paisagem da cidade, abriga, no seu seio, a pequena Capela de Nossa Senhora da Aparecida, conhecida também como Capela dos Monges. Há muito para apreender naquela exiguidade: um retábulo dourado com ornatos alusivos a conchas e a plantas, típicos do estilo rococó, mas também o rigor na relação entre as formas e uma cúpula que sobressai do resto do conjunto, até pela forma como capta a luz. “Aquela cúpula é uma coisa!”, exclama o historiador de arte Eduardo Pires. “Como é que uma capela tão pequenina pode estar tão cheia de elementos decorativos sem ter uma vírgula a mais? Aquele retábulo é a arte da perfeição, do ponto de vista formal.”

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O barroco e o rococó do Norte de Portugal estão cravados em edifícios monumentais e retábulos imponentes que acompanham, de alto a baixo, o pé-direito de uma igreja, mas também em espaços ínfimos e quase secretos. Não é preciso ir mais longe do que a Avenida Central, em Braga: a Basílica dos Congregados, de fachada tardobarroca (construída entre 1760 e 1766), uma marca incontornável na paisagem da cidade, abriga, no seu seio, a pequena Capela de Nossa Senhora da Aparecida, conhecida também como Capela dos Monges. Há muito para apreender naquela exiguidade: um retábulo dourado com ornatos alusivos a conchas e a plantas, típicos do estilo rococó, mas também o rigor na relação entre as formas e uma cúpula que sobressai do resto do conjunto, até pela forma como capta a luz. “Aquela cúpula é uma coisa!”, exclama o historiador de arte Eduardo Pires. “Como é que uma capela tão pequenina pode estar tão cheia de elementos decorativos sem ter uma vírgula a mais? Aquele retábulo é a arte da perfeição, do ponto de vista formal.”