Em Coimbra, na Sala da Cidade, uma canoa empoleirada sobre uma floresta de hastes de madeira ocupa o fundo do espaço. A sala, de estilo manuelino, possui abóbadas de arestas que evocam as quilhas da construção naval. Nessa peça, que é assinada por José Spaniol e que tem o seu complemento no chão — uma quilha também de madeira com a forma de uma coluna vertebral humana — nada dialoga com as características do espaço e do lugar. A obra, que já possuiu uma primeira versão no Octógono da Pinacoteca de São Paulo em 2016, força a sua estrutura predominantemente vertical e oblíqua num lugar de exposição que se afirma pelas curvas e pelos arabescos coloridos das paredes cobertas de sancas de azulejo. Não existe relação de inclusão ou complementaridade, apenas dissonância.
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Em Coimbra, na Sala da Cidade, uma canoa empoleirada sobre uma floresta de hastes de madeira ocupa o fundo do espaço. A sala, de estilo manuelino, possui abóbadas de arestas que evocam as quilhas da construção naval. Nessa peça, que é assinada por José Spaniol e que tem o seu complemento no chão — uma quilha também de madeira com a forma de uma coluna vertebral humana — nada dialoga com as características do espaço e do lugar. A obra, que já possuiu uma primeira versão no Octógono da Pinacoteca de São Paulo em 2016, força a sua estrutura predominantemente vertical e oblíqua num lugar de exposição que se afirma pelas curvas e pelos arabescos coloridos das paredes cobertas de sancas de azulejo. Não existe relação de inclusão ou complementaridade, apenas dissonância.