As “mãos invisíveis” destas mulheres ajudaram a construir uma cidade

Marília e Marta imprimiram num livro histórias de mulheres que trabalharam nos campos de Portalegre, nas fábricas dos Lanifícios, nas cortiças da Robinson e na Manufactura de Tapeçarias. Mulheres, Trabalho e Alentejo. Caderno de histórias de vida é sobre memórias de um Portugal esquecido, onde campanhas não passam, mas que já deu muito mundo ao país.

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Quando Maria do Rosário e Celeste Ramalho põem as mãos sobre mesa do café, é impossível tirar os olhos dos dedos entortados por uma vida a cruzar as linhas nas teias de onde saíam as grandes tapeçarias de Portalegre. “O senhor Camarinha sentava-se à nossa frente e dizia que parecia que estávamos a tocar harpa”, diz Celeste, 83 anos, uma das primeiras trabalhadoras da Manufactura de Tapeçarias de Portalegre. “Deformaram as mãos à gente. Foi o que ganhamos. Mais a vista…”