Bruxelas quer corte de 50% na pesca de carapau em 2020

Na proposta da Comissão Europeia para as águas continentais portuguesas, que ainda será discutida em Dezembro, também as capturas de pescada deverão sofrer um corte geral de 20% no próximo ano. Para o linguado, Bruxelas propõe uma redução de 40%

Foto
ruf rui farinha/NFactos

A pesca do carapau em águas continentais portuguesas deve ser reduzida para metade, segundo a proposta hoje apresentada pela Comissão Europeia dos limites de capturas para 2020, que inclui também cortes na pescada e no linguado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A pesca do carapau em águas continentais portuguesas deve ser reduzida para metade, segundo a proposta hoje apresentada pela Comissão Europeia dos limites de capturas para 2020, que inclui também cortes na pescada e no linguado.

Em relação ao carapau, Bruxelas propõe um corte de 50% nos totais admissíveis de capturas (TAC) na zona IX – as águas continentais portuguesas – para as 46.659 mil toneladas, seguindo a recomendação dos peritos em espécies pelágicas (que vivem em cardumes).

Também as capturas de pescada deverão sofrer um corte geral de 20% no próximo ano, de modo a manter as unidades populacionais (stocks) em boa forma.

Para o linguado, a Comissão Europeia propõe uma redução de 40%, incluindo em águas nacionais, para a lagosta uma redução de 23% e de 20% para os TAC de solha.

A juliana (-10%) e o tamboril (-3%) são as espécies para as quais é recomendada uma redução mais ligeira nas capturas.

Por outro lado, tendo em conta a avaliação positiva dos stocks, Bruxelas aponta para um aumento de 30% nas capturas de arinca e de 12% nas de areeiro.

Os limites para a pesca de carapau nas águas dos Açores e Madeira são definidos por Portugal.

As propostas de Bruxelas serão debatidas, alteradas e adoptadas em Dezembro pelos ministros da Pesca da União Europeia, numa reunião normalmente caracterizada por uma ‘maratona negocial’.