À espera dos filhos perdidos

Ontem estive ao telefone com uma mulher que ficou muito comovida com a chamada. A novidade que lhe dei coincidia com uma data que a devolveu à memória do filho. “Tenho tantas saudades do meu bebé.” Eu próprio o recordo dessa maneira. Da última vez que o vi, numa cama de hospital, o seu corpo roliço e sem um único pêlo, apenas tapado por uma fralda, era a imagem de um grande bebé. O pai não tem esse poder de fantasiar com datas e coincidências. Durante o estado de consternação que sucedeu à morte do filho, descobriu-se que tinha Alzheimer. Desde então vive numa dimensão alternativa. Nele apenas se vislumbra indiferença e alheamento.

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Ontem estive ao telefone com uma mulher que ficou muito comovida com a chamada. A novidade que lhe dei coincidia com uma data que a devolveu à memória do filho. “Tenho tantas saudades do meu bebé.” Eu próprio o recordo dessa maneira. Da última vez que o vi, numa cama de hospital, o seu corpo roliço e sem um único pêlo, apenas tapado por uma fralda, era a imagem de um grande bebé. O pai não tem esse poder de fantasiar com datas e coincidências. Durante o estado de consternação que sucedeu à morte do filho, descobriu-se que tinha Alzheimer. Desde então vive numa dimensão alternativa. Nele apenas se vislumbra indiferença e alheamento.