“Estar sozinho, isolado ou viver só aumenta em 30% o risco de morte precoce”

Julianne Holt-Lunstad, psicóloga norte-americana, explica como é que a solidão e o isolamento social desencadeiam respostas fisiológicas que levam às doenças cardíacas, à depressão e ao risco de morte prematura.

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Julianne Holt-Lunstad alerta para o impacto do isolamento social na saúde pública Daniel Rocha

A solidão e o isolamento social matam. E podem, por exemplo, matar tanto quanto o tabagismo, segundo Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia e neurociência na Brigham Young University, no estado norte-americano do Utah, que passou esta semana por Portugal, para falar do impacto do isolamento social e da solidão na saúde pública, a convite da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Nesta entrevista, a especialista garante que o risco de morte prematura surge aumentado em 30% entre os que vivem sós, estão isolados socialmente ou se sentem sós. E não, este não é um problema de velhos, garante, aludindo a estudos que apontam para prevalências mais altas de solidão entre jovens adultos, os tais em que nos habituamos a pensar como estando permanentemente conectados. Já agora, numa altura em que a participação religiosa, o voluntariado e as conexões sociais entre as pessoas estão em queda, convinha que nos puséssemos a pensar na forma como as cidades e as casas influem na forma como (não) comunicamos uns com os outros.

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A solidão e o isolamento social matam. E podem, por exemplo, matar tanto quanto o tabagismo, segundo Julianne Holt-Lunstad, professora de psicologia e neurociência na Brigham Young University, no estado norte-americano do Utah, que passou esta semana por Portugal, para falar do impacto do isolamento social e da solidão na saúde pública, a convite da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Nesta entrevista, a especialista garante que o risco de morte prematura surge aumentado em 30% entre os que vivem sós, estão isolados socialmente ou se sentem sós. E não, este não é um problema de velhos, garante, aludindo a estudos que apontam para prevalências mais altas de solidão entre jovens adultos, os tais em que nos habituamos a pensar como estando permanentemente conectados. Já agora, numa altura em que a participação religiosa, o voluntariado e as conexões sociais entre as pessoas estão em queda, convinha que nos puséssemos a pensar na forma como as cidades e as casas influem na forma como (não) comunicamos uns com os outros.