Ministério Público acusa 23 arguidos no caso de Tancos

Arguidos são notificados da acusação nesta quinta-feira. Em causa estão crimes de terrorismo internacional, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal, tráfico e mediação de armas, além de furto e tráfico de estupefacientes

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LUSA/PAULO NOVAIS

O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra 23 das duas dezenas e meia de arguidos no processo que juntou a investigação do assalto a Tancos e o plano, à margem da lei, para recuperar o material. A informação foi recolhida pelo PÚBLICO junto de fonte ligada à investigação, que não quis adiantar se o ex-ministro José Azeredo Lopes, que terá sabido do plano de recuperação, integra o rol de acusados. A mesma fonte garantiu que esta quinta-feira os suspeitos vão ser notificados da acusação, uma entrega que será feita em mãos no caso dos oito arguidos que estão presos preventivamente ou em prisão domiciliária.

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O Ministério Público (MP) deduziu acusação contra 23 das duas dezenas e meia de arguidos no processo que juntou a investigação do assalto a Tancos e o plano, à margem da lei, para recuperar o material. A informação foi recolhida pelo PÚBLICO junto de fonte ligada à investigação, que não quis adiantar se o ex-ministro José Azeredo Lopes, que terá sabido do plano de recuperação, integra o rol de acusados. A mesma fonte garantiu que esta quinta-feira os suspeitos vão ser notificados da acusação, uma entrega que será feita em mãos no caso dos oito arguidos que estão presos preventivamente ou em prisão domiciliária.

Os crimes em causa são de terrorismo internacional, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, favorecimento pessoal, tráfico e mediação de armas, além de furto, falsificação de documento e tráfico de estupefacientes. 

Recorde-se que o roubo nos Paióis Nacionais de Tancos ocorreu na noite de 27 para 28 de Junho de 2017. Na altura, o Exército deu conta que tinha desaparecido um verdadeiro arsenal, que incluía explosivos, granadas, um foguete anticarro, gás lacrimogénio e munições diversas. A 18 de Outubro desse ano o material aparece a cerca de 25 quilómetros do local do roubo, aparentemente abandonado num terreno na zona da Chamusca. Segundo revelou o Exército então, a descoberta deveu-se a uma chamada anónima para a GNR, que depois alertou a Polícia Judiciária Militar, que deu conta do local onde se encontrava o armamento. Mas o inquérito desenvolvido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal veio desvendar uma trama bem mais complicada, que indicia que o aparecimento do material de guerra não passou de uma encenação.