Comissão Europeia: continuidade ou mudança?

Portugal é um claro vencedor da nova distribuição dos pelouros, colhendo os frutos da credibilidade que o Governo conquistou em Bruxelas e da qualidade inquestionável da sua comissária.

1. A Comissão Von der Leyen não é, longe disso, o decalque da Comissão Juncker, que chega ao fim do seu mandato a 31 de Outubro. Há uma nova distribuição de pelouros e uma escolha diferente das grandes áreas que devem ser a força motriz da acção do novo colégio de comissários. Há pelouros que deixam de ser autónomos, diluindo-se por diferentes comissários — é o caso da Inovação e Ciência, da responsabilidade de Carlos Moedas, sem que se perceba bem porquê. E há, naturalmente, a preocupação de não ferir susceptibilidades nacionais e de levar em conta os tradicionais equilíbrios entre Norte e Sul, Leste e Oeste, “grandes” e “pequenos” e as diferentes famílias políticas. Com 26 países (menos o Reino Unido) para contentar na distribuição dos pelouros, o puzzle construído pela antiga ministra da Defesa de Angela Merkel nem sempre é de compreensão imediata. A prática demonstrará se esta nova Comissão, que agora vai ter de passar o teste do Parlamento Europeu, terá condições para criar algum dinamismo numa Europa ainda a curar as feridas profundas da crise. Apenas uma coisa é certa: muito dependerá da forma como o seu presidente — pela primeira vez, a sua presidente — vier a exercer o cargo, numa altura em que o poder de liderança politica da União está cada vez mais concentrado no Conselho Europeu, nem sempre pelas melhores razões.

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1. A Comissão Von der Leyen não é, longe disso, o decalque da Comissão Juncker, que chega ao fim do seu mandato a 31 de Outubro. Há uma nova distribuição de pelouros e uma escolha diferente das grandes áreas que devem ser a força motriz da acção do novo colégio de comissários. Há pelouros que deixam de ser autónomos, diluindo-se por diferentes comissários — é o caso da Inovação e Ciência, da responsabilidade de Carlos Moedas, sem que se perceba bem porquê. E há, naturalmente, a preocupação de não ferir susceptibilidades nacionais e de levar em conta os tradicionais equilíbrios entre Norte e Sul, Leste e Oeste, “grandes” e “pequenos” e as diferentes famílias políticas. Com 26 países (menos o Reino Unido) para contentar na distribuição dos pelouros, o puzzle construído pela antiga ministra da Defesa de Angela Merkel nem sempre é de compreensão imediata. A prática demonstrará se esta nova Comissão, que agora vai ter de passar o teste do Parlamento Europeu, terá condições para criar algum dinamismo numa Europa ainda a curar as feridas profundas da crise. Apenas uma coisa é certa: muito dependerá da forma como o seu presidente — pela primeira vez, a sua presidente — vier a exercer o cargo, numa altura em que o poder de liderança politica da União está cada vez mais concentrado no Conselho Europeu, nem sempre pelas melhores razões.