SNS português está a transformar-se no “SNS inglês” e “debaixo do nosso nariz”

O presidente do IPO de Lisboa é um acérrimo defensor do Serviço Nacional de Saúde. “Ainda bem que existe um SNS porque tratar de uma pessoa não é coisa que se faça em lojas separadas”, diz João Oliveira.

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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) inglês “tem o nome, mas o mecanismo em si, a prestação, já não é pública, uma enorme parte é privada”, hoje é “uma grande central de compras”, defende o presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, João Oliveira, que teme que esteja a acontecer o mesmo em Portugal. Para o médico, apesar de ser importante que a Lei de Bases da Saúde “tenha firmado o primado do público em relação ao privado”, isso não chega para impedir a “transposição para o fornecimento externo que está a acontecer debaixo do nosso nariz" no SNS. “Receio que muita da prestação pública possa correr o risco de se privatizar, por ter de se comprar fora”, avisa. Quanto à despesa com medicamentos no IPO de Lisboa, essa está sempre a aumentar e ronda agora os cinco milhões de euros por mês.

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O Serviço Nacional de Saúde (SNS) inglês “tem o nome, mas o mecanismo em si, a prestação, já não é pública, uma enorme parte é privada”, hoje é “uma grande central de compras”, defende o presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, João Oliveira, que teme que esteja a acontecer o mesmo em Portugal. Para o médico, apesar de ser importante que a Lei de Bases da Saúde “tenha firmado o primado do público em relação ao privado”, isso não chega para impedir a “transposição para o fornecimento externo que está a acontecer debaixo do nosso nariz" no SNS. “Receio que muita da prestação pública possa correr o risco de se privatizar, por ter de se comprar fora”, avisa. Quanto à despesa com medicamentos no IPO de Lisboa, essa está sempre a aumentar e ronda agora os cinco milhões de euros por mês.