Bebé transferido de Faro para o Amadora-Sintra morreu dois dias após o parto

Mãe de prematuro que foi transferido do Algarve diz que óbito aconteceu dois dias depois e que o bebé não foi autopsiado.

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Nelson Garrido

A mãe do bebé prematuro que morreu no hospital Amadora-Sintra depois de ter sido transferida do Algarve, a quase 300 quilómetros de distância, porque não havia uma incubadora disponível, revelou que o óbito ocorreu dois dias depois do parto e não três horas depois, como uma fonte hospitalar tinha adiantado ao PÚBLICO.

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A mãe do bebé prematuro que morreu no hospital Amadora-Sintra depois de ter sido transferida do Algarve, a quase 300 quilómetros de distância, porque não havia uma incubadora disponível, revelou que o óbito ocorreu dois dias depois do parto e não três horas depois, como uma fonte hospitalar tinha adiantado ao PÚBLICO.

Em declarações ao Jornal de Notícias, Tatiana Nunes esclareceu que a morte da filha aconteceu na tarde de segunda-feira, dia 5, às 17h15. Com apenas 32 semanas, o bebé sofreu várias complicações respiratórias e chegou a ser reanimado neste hospital, segundo a mãe. Fonte da família disse ao mesmo jornal que não foi realizada autópsia, informação que o PÚBLICO confirmou junto de fonte hospitalar.

O conselho de administração do Amadora-Sintra indicou, em comunicado na quarta-feira, dia 7, que “a utente foi informada da complexidade da situação clínica pelos profissionais de saúde e envolvida nas decisões tomadas”. “Apesar de todos os esforços, a gravidade da situação clínica determinou a morte do recém-nascido, facto que lamentamos profundamente”, acrescentava.

Tatiana Nunes foi transferida de ambulância do Hospital de Faro para o Amadora-Sintra no dia 2 de Agosto, devido ao facto de as onze incubadoras existentes naquela unidade de saúde do Algarve estarem ocupadas. No dia seguinte, 3 de Agosto, os médicos decidiram fazer uma cesariana. O bebé morreu no dia 5 de Agosto.

No ano passado, o Centro Hospitalar do Algarve fez 3764 partos e perto de 21 mil urgências obstétricas.

Os dois hospitais envolvidos no caso — Faro e Amadora-Sintra — abriram inquéritos internos. O Ministério Público também anunciou a abertura de um inquérito. A Entidade Reguladora da Saúde também está a avaliar a situação e pediu informação adicional ao Centro Hospitalar do Algarve.