Bloco de Esquerda escolhe Mário Tomé como mandatário nacional

O antigo líder da UDP foi escolhido porque o perfil como “militar de Abril” traduz o compromisso do BE com a defesa da paz e direitos humanos.

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O antigo lider da UDP, Mário Tomé, durante o ultimo dia da XI Convencao Nacional do Bloco de Esquerda em Novembro de 2018 LUSA/JOSE SENA GOULAO

O militar de Abril Mário Tomé será o mandatário do Bloco de Esquerda (BE) nas eleições legislativas, disse à Lusa fonte do partido, que salientou o seu percurso nas “lutas da esquerda e com uma posição antimilitarista”.

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O militar de Abril Mário Tomé será o mandatário do Bloco de Esquerda (BE) nas eleições legislativas, disse à Lusa fonte do partido, que salientou o seu percurso nas “lutas da esquerda e com uma posição antimilitarista”.

Em antecipação à agência Lusa, fonte oficial do BE revelou a escolha do antigo líder da UDP como mandatário nacional nas eleições de Outubro, considerando que o perfil do militar de Abril traduz o compromisso com a defesa da paz e direitos humanos. Mário Tomé, antigo deputado, já tinha sido mandatário bloquista às eleições europeias de 2014.

“A escolha de um militar de Abril, comprometido ao longo das últimas décadas com as lutas da esquerda e com uma posição antimilitarista, traduz o compromisso do Bloco com a defesa da paz e dos direitos humanos”, referiu a fonte. Segundo o partido, “ao longo das últimas décadas, e os últimos anos não foram excepção, Portugal manteve um alinhamento externo marcado pela subserviência aos princípios da NATO e do eixo transatlântico”.

“O aumento de despesa com a defesa choca abertamente com a ausência de recursos para investir em serviços públicos essenciais”, critica o partido.

Num contexto em que “o extremismo de Trump representa a ameaça crescente de uma escalada belicista”, o BE garante assumir “um compromisso claro” com a defesa da paz e dos direitos humanos, argumentando que tal fica também provado com a escolha de Mário Tomé, antigo deputado.

Nas últimas eleições à Assembleia da República, em 2015, o BE convidou o então coordenador da Comissão de Trabalhadores da AutoEuropa, António Chora, para ser mandatário nacional do partido.

António Chora explicou então, aquando do anúncio do seu nome no Fórum Socialismo 2015, a rentrée bloquista, que aceitou o convite porque no BE “se discute política e alternativas de esquerda realizáveis e coerentes”, “numa altura em que o ilusionismo político é a arma do radicalismo da direita que nos governa”.

O BE já escolheu, na reunião da Mesa Nacional do passado fim-de-semana, os cabeça-de-lista nos vários círculos eleitorais, tendo aprovado também o programa nacional. Pelo Porto e por Lisboa, o partido decidiu repetir a aposta das últimas eleições, apresentando a coordenadora Catarina Martins e a deputada Mariana Mortágua, respectivamente. Voltam também a ocupar o primeiro lugar na lista Joana Mortágua pelo círculo de Setúbal, José Manuel Pureza por Coimbra, João Vasconcelos por Faro e Mariana Aiveca por Beja (em 2015 não foi eleita).

Nas últimas eleições legislativas, em 2015, o BE conseguiu a sua maior bancada parlamentar de sempre e, com 10,19% elegeu 19 deputados, tendo conseguido cinco mandatos nos círculos de Lisboa e Porto, dois em Setúbal e um por Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Faro e Madeira.