A ascensão e queda de uma fábrica em Coimbra

Nasceu em monarquia, atravessou regimes, sobreviveu a crises económicas. Arrancou com máquinas a vapor e adaptou-se à energia eléctrica. A Fábrica de Lanifícios de Santa Clara foi uma das melhores do país, mas desapareceu antes de chegar o século XXI. Agora há um livro para contar a sua história.

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Complexo industrial da Fábrica de Lanifícios em Santa Clara. Finais da década de 70 do século XX Arquivo Particular Pedro Planas Meunier

Quando os representantes da Clarcoop entregaram o documento que punha oficialmente fim à companhia, em 1995, as máquinas da fábrica de lanifícios de Coimbra, instalada no que até ao início do século XIX tinha sido o Convento de São Francisco, já tinham deixado de laborar no ano anterior. Chegava assim ao fim um ciclo com pouco mais de um século que marcou a indústria têxtil de Coimbra e acabou por ser o espelho de um processo de industrialização tardia no país e declínio às portas do século XX. Nos anos 1990, quando encerrou, a fábrica já não estava nas mãos das famílias de origem catalã que em 1888 deram início ao projecto. Era então uma cooperativa de trabalhadores, formada na ressaca do 25 de Abril, em 1978, a partir da massa falida da Planas & Co.

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Quando os representantes da Clarcoop entregaram o documento que punha oficialmente fim à companhia, em 1995, as máquinas da fábrica de lanifícios de Coimbra, instalada no que até ao início do século XIX tinha sido o Convento de São Francisco, já tinham deixado de laborar no ano anterior. Chegava assim ao fim um ciclo com pouco mais de um século que marcou a indústria têxtil de Coimbra e acabou por ser o espelho de um processo de industrialização tardia no país e declínio às portas do século XX. Nos anos 1990, quando encerrou, a fábrica já não estava nas mãos das famílias de origem catalã que em 1888 deram início ao projecto. Era então uma cooperativa de trabalhadores, formada na ressaca do 25 de Abril, em 1978, a partir da massa falida da Planas & Co.