YouTube esclarece que ofensas homofóbicas não violam as políticas do site

Queixa no Twitter levou a plataforma a reagir: “As opiniões podem ser profundamente ofensivas, mas se não violam as nossas políticas, ficarão no nosso site.”

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Reuters/DADO RUVIC

O YouTube frisou na terça-feira que não irá apagar vídeos que expressem “opiniões que podem ser profundamente ofensivas” porque, na maioria dos casos, não violam as suas políticas.

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O YouTube frisou na terça-feira que não irá apagar vídeos que expressem “opiniões que podem ser profundamente ofensivas” porque, na maioria dos casos, não violam as suas políticas.

A reacção surge na sequência de um comentador político conservador norte-americano ter feito diversos vídeos em que ataca a etnia e orientação sexual de um produtor de vídeo do site informativo Vox. "Gay mexicano”, “símbolo do espírito gay”, “mau escritor porque é gay”, “senhor queer” e “gay latino” são algumas das expressões usadas.

O produtor, chamado Carlos Maza, trabalha para o Vox, onde publica vídeos sobre política e media. Maza comunicou, através do Twitter, uma série de ofensas à equipa de suporte do YouTube e compilou em vídeo as várias acusações do comentador, Steven Crowder. A plataforma de vídeos, que é propriedade do Google, respondeu mais tarde. “As nossas equipas estiveram nos últimos dias a fazer uma análise profunda aos vídeos assinalados e após sabermos que a linguagem era claramente ofensiva verificámos que os vídeos apresentados desta forma não violam as nossas políticas”, concluiu o YouTube.

“Como uma plataforma aberta, é crucial para nós permitirmos a todos — desde criadores a jornalistas e apresentadores de televisão — expressar as suas opiniões dentro das nossas normas. As opiniões podem ser profundamente ofensivas, mas se não violam as nossas políticas, ficarão no nosso site”, reforçou o YouTube. “Se um vídeo permanece no nosso site, não quer dizer que apoiamos esse ponto de vista”, esclareceu ainda.

Carlos Maza considerou que esteve vários anos a tentar avisar o YouTube sobre como era atacado em vídeos e a resposta da rede social indignou-o. “Vai ser cada vez pior a partir de agora. O YouTube disse publicamente que abuso racista e homofóbico não viola as suas políticas anti-bullying. Crowder e os seus aliados vão se sentir mais encorajados”, lamentou o jornalista.

O YouTube expõe nas suas políticas que repudia qualquer conteúdo que divulgue dados pessoais de uma pessoa, alegue ameaças físicas e que “deliberadamente humilhe alguém”. Além disso, a plataforma de vídeos também contempla a eliminação de conteúdos “ofensivos e negativos sobre outra pessoa” e que incite ou promova o ódio a outras pessoas com base em atributos como etnia e orientação sexual.

“Não consigo genuinamente imaginar o que os funcionários LGBT do YouTube estão a fazer neste momento”, atirou Carlos Maza que, antes da reacção do YouTube, já tinha argumentado que a rede social não iria punir Steven Crowder por este ter três milhões de subscritores e não querer envolver-se em conflitos com a ala conservadora norte-americana. “Vocês podem ofender pessoas ‘diferentes’ da forma que quiserem desde que seja ensanduichado entre ‘debates'”, rematou o jornalista.

No final do seu esclarecimento, o YouTube ressalvou que há “outros aspectos do canal [de Steven Crowder]” que ainda estão a ser avaliados e que fará uma actualização da sua posição sobre o caso.