Nos centros de saúde portugueses há cidadãos de primeira e de segunda

Treze anos depois de ter arrancado, a reforma dos cuidados de saúde primários vai avançando lentamente em todo o país. Portugal está transformado numa manta de retalhos e num mar de siglas. Há pessoas que continuam a ter de fazer fila pela manhã à porta de centros de saúde instalados em velhos edifícios habitacionais para garantirem vaga para o próprio dia. E há outras que são atendidas em menos de meia hora, em espaços amplos e modernos. São dois modelos que coexistem numa distância de apenas dois quilómetros, bem no centro de Lisboa.

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Rui Gaudêncio

Quando, há um ano, aterrou na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) da Alameda – instalada em três andares de um velho edifício habitacional no centro de Lisboa –, a médica Nicole Marques, de 30 anos, acabara de concluir a especialidade em Medicina Geral e Familiar. Chegou com grandes expectativas. Apesar da sala de espera sem o mínimo de condições, das escadas, dos elevadores e dos gabinetes exíguos, e, sobretudo, da aflitiva carência de recursos humanos, a jovem médica da Ericeira acreditou que ia conseguir alterar muita coisa.

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Quando, há um ano, aterrou na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) da Alameda – instalada em três andares de um velho edifício habitacional no centro de Lisboa –, a médica Nicole Marques, de 30 anos, acabara de concluir a especialidade em Medicina Geral e Familiar. Chegou com grandes expectativas. Apesar da sala de espera sem o mínimo de condições, das escadas, dos elevadores e dos gabinetes exíguos, e, sobretudo, da aflitiva carência de recursos humanos, a jovem médica da Ericeira acreditou que ia conseguir alterar muita coisa.