“Para o lixo só vão plásticos e guardanapos sujos que saem da mesa”

Nas aldeias da Lousã, os moradores habituaram-se à reciclagem e ainda reutilizam a maior parte do lixo orgânico que produzem em casa. É na turística Rede das Aldeias do Xisto que há mais desafios a vencer, mas já há projectos em curso.

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Maria de Fátima Simões, de 67 anos, diz que já não tem saúde para cuidar de todo o terreno. Nem ela nem o marido, Marcolino, de 68 anos. Mas olhando para o campo bem tratado que aponta, na aldeia de Levegadas, na Lousã, vê-se que há ali muito trabalho do casal, ainda que alguns espaços estejam apenas cobertos de erva. Por talhões cuidados distribuem-se os bens alimentares que o casal não precisa de adquirir fora de casa e que a mulher vai apontando, à medida que percorre o terreno, devagar: batata, favas, couves, feijão, pimentos, cebolas, alho- francês, brócolos, couve-lombarda, tomates, alhos. Numa ponta está um pequeno monte de restos de comida, onde se adivinham cascas de batatas. Os resíduos indiferenciados que Maria de Fátima e Marcolino Simões produzem vão quase todos parar àquele campo ou então servem de alimento para as galinhas. “Para o lixo só vão plásticos e guardanapos sujos que saem da mesa”, diz ela.