Trompete português com filigrana recebe prémio internacional de design

Criado em Viana do Castelo, o Almada Trumpet foi distinguido com a medalha de prata no A’ Design Competition.

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Um trompete criado em Viana do Castelo, que alia arte da filigrana à metalomecânica, ganhou a medalha de prata no A’ Design Competition”, sendo “a 1.ª vez que Portugal conquista um prémio na categoria do design de instrumentos musicais”.

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Um trompete criado em Viana do Castelo, que alia arte da filigrana à metalomecânica, ganhou a medalha de prata no A’ Design Competition”, sendo “a 1.ª vez que Portugal conquista um prémio na categoria do design de instrumentos musicais”.

Em comunicado, o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), onde o autor do projecto Almada Trumpet, Ermanno Aparo, é docente, adiantou que aquele evento é considerado “um dos cinco maiores do mundo do design e que atribui três prémios na categoria dos instrumentos musicais”. O instrumento foi distinguido com o Silver A Design Award.

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Em Abril de 2018, Ermanno Aparo explicava que o trompete, fruto da sua investigação de pós-doutoramento, foi executado por 12 empresas portuguesas, das áreas da filigrana à metalomecânica, envolvendo “uma rede de empresas de produção rigorosamente artesanal à alta tecnologia industrial”.

O docente de design da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPVC especificou que “uma empresa da Póvoa de Lanhoso produziu os anéis do trompete, feitos em prata, utilizando a técnica da filigrana portuguesa”. Já “os moldes, em aço, para a campânula e para outros componentes do instrumento, foram produzidos por uma empresa de metalomecânica de Viana do Castelo, que faz peças para a construção naval”, referiu.

Produzido em cobre por Francisco da Cunha Liquito, um artesão de Caminha, o Almada Trumpet, como foi baptizado, está avaliado em oito mil euros. “Alia a tecnologia de ponta, utilizando máquinas de controlo numérico ou impressoras 3D, a acabamentos e técnicas pouco comuns no âmbito da produção deste tipo de instrumentos de sopro”, salientou então o docente da ESTG.

Segundo Ermanno Aparo, o instrumento é “80% made in Portugal”, sendo que apenas no bloco de pistões existe “a única componente fabricada fora do país, por um especialista italiano, Cristian Bosc”. O protótipo do trompete em si bemol — a versão do instrumento mais utilizada e mais comum — “pretende demonstrar a alta qualidade da produção nacional, capaz de construir produtos de qualidade, num sector extremamente difícil como o dos instrumentos musicais”, disse.

Iniciado em 2015, no Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design da Universidade de Lisboa, que detém um pólo no IPVC, o projecto contou com a orientação do Departamento de Música da Universidade do Minho.

“Desde a década de 70 que não se fazem trompetes em Portugal. Este é um exemplo de como a investigação de referência, articulada entre o ensino politécnico e o ensino universitário, não tem medo de se envolver com o mundo empresarial, determinando a qualidade do produto nacional e demonstrando que o que é nacional soa bem”, declarou Ermanno Aparo, adiantando “existirem manifestações de interesse no instrumento com origem no Japão, Israel, EUA, Brasil, Argentina e Grécia”.

O projecto já foi apresentado em eventos científicos em Portugal e no Brasil, e a participantes em duas “masterclasses” de trompete realizadas no conservatório de música da Bairrada e na Escola Profissional Artística do Alto Minho.