“Nós” (o povo) e “eles” (os políticos)

Já estou a ouvir o sussurro e os berros: e então “os políticos” não têm culpa (uma palavra fundamental do discurso populista) de nada?

As discussões sobre a existência de populismo em Portugal resultam quase sempre na resposta de que este não existe. Os partidos populistas, como o Chega, nunca foram às urnas e não há movimentos populistas capazes de chegar à “rua” com mais do que dezenas de pessoas, como foi o caso recente da tentativa de fazer uns “coletes amarelos” portugueses, mesmo contando com um núcleo duro que incluía os lesados do BES e o PNR. Mas a resposta é errada: o populismo em Portugal está a crescer e, mesmo que ainda não tenha “rua”, domina as “redes sociais”, que são, para muita gente, a única informação que consomem e o único sítio onde “debatem”. Domina também cada vez mais a discussão pública, impregna o discurso político do Presidente da República e dos partidos parlamentares, e está cada vez mais estabelecido na comunicação social, a começar pelas televisões e a acabar na imprensa, mesmo na intitulada de referência.

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As discussões sobre a existência de populismo em Portugal resultam quase sempre na resposta de que este não existe. Os partidos populistas, como o Chega, nunca foram às urnas e não há movimentos populistas capazes de chegar à “rua” com mais do que dezenas de pessoas, como foi o caso recente da tentativa de fazer uns “coletes amarelos” portugueses, mesmo contando com um núcleo duro que incluía os lesados do BES e o PNR. Mas a resposta é errada: o populismo em Portugal está a crescer e, mesmo que ainda não tenha “rua”, domina as “redes sociais”, que são, para muita gente, a única informação que consomem e o único sítio onde “debatem”. Domina também cada vez mais a discussão pública, impregna o discurso político do Presidente da República e dos partidos parlamentares, e está cada vez mais estabelecido na comunicação social, a começar pelas televisões e a acabar na imprensa, mesmo na intitulada de referência.