As cores da memória, de Proust à guerra de Kubrick

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Keith Hamshere/Getty Images

As obras de Ana Santos (Espinho, 1982) e Ana Romãozinho (Lisboa, 1996) talvez não tenham muito em comum. No MAAT, até 20 de Maio, as primeiras aparecem no campo alargado da escultura, transfigurando objectos e materiais, por meio de delicadas e fortes intervenções. Na galeria Módulo, em Lisboa, as segundas flutuavam, sobre papel, recortadas entre a escultura e a pintura. Mas o encontro com ambas proporcionou tal prazer que é-se tentado a pensar num parentesco secreto. Por causa das formas? Das cores? Dos volumes? Da relação com o espaço? Dos múltiplos sentidos que as obras projetam? O que quer que seja — e não se pretende encontrar aqui uma resposta definitiva — talvez tenha a ver com um modo de fazer que desafia a gravidade, em que a precisão se torna poética e produz coisas surpreendentes do papel, de sombras, de superfícies cavadas, de objectos abandonados. Com que o espectador se espanta, numa “joie enivrante”.

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As obras de Ana Santos (Espinho, 1982) e Ana Romãozinho (Lisboa, 1996) talvez não tenham muito em comum. No MAAT, até 20 de Maio, as primeiras aparecem no campo alargado da escultura, transfigurando objectos e materiais, por meio de delicadas e fortes intervenções. Na galeria Módulo, em Lisboa, as segundas flutuavam, sobre papel, recortadas entre a escultura e a pintura. Mas o encontro com ambas proporcionou tal prazer que é-se tentado a pensar num parentesco secreto. Por causa das formas? Das cores? Dos volumes? Da relação com o espaço? Dos múltiplos sentidos que as obras projetam? O que quer que seja — e não se pretende encontrar aqui uma resposta definitiva — talvez tenha a ver com um modo de fazer que desafia a gravidade, em que a precisão se torna poética e produz coisas surpreendentes do papel, de sombras, de superfícies cavadas, de objectos abandonados. Com que o espectador se espanta, numa “joie enivrante”.