Dezenas de mulheres e crianças morrem em acidente com ferry no Iraque

Barco transportava famílias para uma zona de lazer numa ilha artificial. Autoridades dizem que levava cinco vezes mais pessoas do que a capacidade máxima.

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Pelo menos 94 pessoas morreram quando um ferry sobrelotado que transportava famílias para uma zona de lazer se afundou no rio Tigre, em Mosul, no norte do Iraque.

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Pelo menos 94 pessoas morreram quando um ferry sobrelotado que transportava famílias para uma zona de lazer se afundou no rio Tigre, em Mosul, no norte do Iraque.

A maioria das vítimas são mulheres e crianças que não sabiam nadar, disse o chefe da Autoridade de Defesa Civil de Mosul, Husam Khalil.

O mesmo responsável disse a lotação máxima do ferry foi ultrapassada “várias vezes”.

“Normalmente, pode transportar 50 pessoas. Havia 250 a bordo antes do acidente”, disse Husam Khalil.

Cinco trabalhadores do ferry foram detidos, disseram fontes das equipas de segurança. As equipes de resgate continuam a procurar passageiros desaparecidos.

O barco transportava pessoas para uma ilha artificial usada como área de lazer por famílias, de acordo com uma testemunha.

“Eu estava de pé, perto do rio, quando de repente o barco começou a inclinar-se para a esquerda e para a direita, e os passageiros começaram a gritar”, disse Mohamed Masoud, um funcionário público local.

“Vi mulheres e crianças a acenar com as mãos a pedir ajuda, mas ninguém estava lá para resgatá-las. Eu não sei nadar. Não podia ajudar. Sinto-me culpada. Vi pessoas a afogarem-se.”

O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, ordenou uma investigação ao acidente e disse no Twitter que os culpados ​​vão ser responsabilizados.

Imagens captadas por telemóvel mostram o ferry a afundar-se na água lamacenta e pessoas a gritar por ajuda. Entre os mortos estão pelo menos 19 crianças e 61 mulheres, disseram fontes médicas.

A reconstrução de Mosul, que em grande parte foi destruída na campanha militar para recapturar a cidade aos militantes do Daesh, em 2017, ainda mal começou.

Vários moradores dizem que se sentem abandonados pelo governo central, mas regressaram e começaram a reconstruir as suas próprias casas. As infra-estruturas da cidade continuam em grande parte danificadas.