Santana critica candidatos por não discutirem temas importantes e rejeita voto rotineiro

Presidente da Alinaça diz que o voto dos portugueses "não deve ser rotineiro".

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Pedro Santana Lopes Miguel Manso

O presidente da Aliança acusou esta quinta-feira os candidatos às eleições europeias de deixarem fora da discussão temas importantes, numa altura em que existem “decisões imensas a tomar”, e defendeu que, por isso, o voto não pode ser rotineiro.

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O presidente da Aliança acusou esta quinta-feira os candidatos às eleições europeias de deixarem fora da discussão temas importantes, numa altura em que existem “decisões imensas a tomar”, e defendeu que, por isso, o voto não pode ser rotineiro.

Pedro Santana Lopes foi o convidado de um almoço promovido pela Associação de Amizade Portugal/Estados Unidos da América, que decorreu num hotel de Lisboa.

“Não querendo ser faccioso, penso que, à excepção do nosso cabeça de lista, Paulo Sande, que até já foi às sedes dos outros partidos, acho que tem havido uma troca de recriminações recíproca, nomeadamente, entre os cabeças de lista dos partidos que já estão no Parlamento Europeu, que me parece desadequada”, disse o presidente da Aliança.

Falando aos jornalistas no final da iniciativa, o líder do partido assinalou que “a União Europeia está num momento de transição muito complexo, o mundo todo está” e que, por isso, existem “decisões imensas para tomar”.

Apontando que se fala “muito pouco das opções” existentes, Santana defendeu que “há toda uma maneira de estar na Europa, uma nova atitude em Bruxelas que é preciso decidir”.

“O povo português tem de decidir em função dos dossiers mais importantes, nomeadamente quem luta e quem considera importante ou não o empenhamento da questão do crescimento económico, a questão da política fiscal, se deve haver mais aprofundamento da União Europeia ou não, se deve quebrar a regra da unanimidade em Bruxelas ou não, que benefícios é que isso pode trazer ou que prejuízos é que pode acostar para Portugal”, elencou.

O antigo primeiro-ministro acrescentou que também “a questão do défice orçamental, da coesão económica principalmente”, está em cima da mesa.

Ou seja, “se Portugal é capaz, e os deputados que vai eleger, são capazes ou não de dizer em Bruxelas e em Estrasburgo “desculpe, tem que acabar este tempo em que mesmo nas crises dos países os senhores continuam a ganhar dinheiro e a fazer excedentes nas vossas balanças comerciais à custa da crise de parceiros vossos"”, referiu.

Para Pedro Santana Lopes, “pode haver quem considere que se deve continuar a fazer como até aqui”, o que não é o seu caso.

“Eu entendo que não. Acho que os deputados europeus têm que ter um papel muito mais interventivo, e têm de prestar muito mais contas em Portugal daquilo que fazem e não fazem”, salientou.

Assim, o presidente da Aliança vincou que, nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para 26 de Maio, o voto “não deve ser rotineiro”.

“Os partidos não são clubes de futebol, uma pessoa não deve ir para a cabine de voto como vai para o estádio de um clube de futebol porque é o seu clube. Deve ir para a cabine de voto dizer “eu vou escolher estes porque são os que defendem aquilo em que eu acredito"”, assinalou.

Para tal, continuou, “é preciso haver informação, informação da generalidade das forças políticas que concorrem e escolherem-se os temas principais”.