Ciclone Idai provocou pelo menos 48 mortos no centro de Moçambique

O número de mortes devido a intempéries em Moçambique ascende a pelo menos 34 mortos em pouco mais de uma semana.

Foto
Uma imagem de satélite mostra o ciclone Idai a chegar a Moçambique NASA

O número de vítimas do ciclone Idai subiu para 48 mortos desde a noite de quinta-feira na província central de Sofala, Moçambique, de acordo com as autoridades, que antes tinham apresentado um balanço de 18 vítimas mortais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O número de vítimas do ciclone Idai subiu para 48 mortos desde a noite de quinta-feira na província central de Sofala, Moçambique, de acordo com as autoridades, que antes tinham apresentado um balanço de 18 vítimas mortais.

A cidade da Beira, uma das maiores do país, com meio milhão de habitantes, foi a mais afectada pelo ciclone e no hospital central da cidade já foram tratados mais de 400 feridos desde a noite de quinta-feira, segundo fonte daquela unidade.

A capital provincial está parcialmente destruída, continua sem electricidade da rede pública e as comunicações são limitadas, acontecendo o mesmo noutras partes da província, o que está a dificultar as operações de socorro.

O levantamento do número de vítimas está por concluir, dado que há locais de difícil acesso devido à subida do nível dos rios.

Um deles, o rio Haluma, transbordou e cortou a estrada nacional 6, espinha dorsal do centro de Moçambique e principal via de acesso à Beira, deixando-a isolada, uma vez que o aeroporto da cidade está inoperacional, devido aos estragos, desde quinta-feira.

Antes da chegada do ciclone Idai, formada no oceano Índico, outras 15 pessoas já tinham morrido entre os dias 6 e 13 de Março durante a passagem de uma tempestade no centro e norte de Moçambique, segundo as Nações Unidas.

As casas de habitação precária que proliferam pela região são as mais danificadas, causando um número ainda indeterminado de desalojados.

Além de perder as casas, muitas famílias podem vir a ter dificuldades acrescidas em ter alimentos devido à destruição das suas hortas e campos de cultivo, alerta o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, sigla inglesa).

Há diversos postos de saúde e escolas danificados, estradas cortadas e postes de electricidade tombados.

Equipas de socorro das autoridades moçambicanas com o apoio de diversos parceiros, incluindo ajuda internacional, estão em prontidão para avançar para o terreno logo que as condições meteorológicas melhorem, o que deve acontecer no sábado, disseram fontes de diferentes organizações à Lusa.

Portugal lamenta

O Governo português lamentou as “perdas humanas e materiais” causadas pelas calamidades naturais que afectaram as regiões do Centro e Norte de Moçambique nos últimos dias.

“As cheias provocadas pelas chuvas torrenciais e o ciclone Idai afectaram de forma muito significativa as províncias de Tete, Zambézia, Niassa e Sofala, em particular a cidade da Beira”, refere em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros, lamentando as “numerosas perdas humanas e materiais causadas”.

“Neste momento de grande consternação, Portugal manifesta a sua muita sentida solidariedade com o povo irmão moçambicano e apresenta as suas condolências às famílias enlutadas, desejando a todos os feridos uma rápida recuperação. Portugal manifesta ainda, nesta hora difícil, o seu apoio às autoridades moçambicanas”, concluiu o comunicado.