Macaronésia assume "tolerância zero" ao plástico que ameaça o mar

Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde assumiram tomaram posição de "tolerância zero" ao plástico que ameaça os oceanos e a biodiversidade no Atlântico Médio.

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Reuters/AMIR COHEN

Os presidentes dos parlamentos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde, que compõem a Macaronésia, assumiram esta segunda-feira na Praia, na ilha de Santiago, "tolerância zero" ao plástico que ameaça os oceanos, disse o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

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Os presidentes dos parlamentos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde, que compõem a Macaronésia, assumiram esta segunda-feira na Praia, na ilha de Santiago, "tolerância zero" ao plástico que ameaça os oceanos, disse o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

Tranquada Gomes falava à agência Lusa no final de um encontro entre os presidentes dos parlamentos da Macaronésia e o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, a quem transmitiram o avanço dos trabalhos para as Jornadas Parlamentares Atlânticas, que se realizam no próximo ano em Cabo Verde.

Na manhã desta segunda-feira, os presidentes das assembleias legislativas regionais da Madeira, Açores e Canárias realizaram nas instalações do parlamento cabo-verdiano a primeira reunião do grupo de ligação que vai preparar as próximas jornadas.

Segundo Tranquada Gomes, "estas serão jornadas de reflexão, de partilha, de apresentação de soluções".

"Apesar da pequenez dos nossos territórios insulares, entendemos que, em conjunto, somos maiores. Esta maneira de nós comunicarmos, de apresentarmos soluções, nos conhecendo uns aos outros, é uma mais-valia para o futuro dos nossos arquipélagos", afirmou.

Nesta reunião, os parlamentares acordaram numa "ideia-força" que diz respeito à "tolerância zero relativamente aos plásticos no território marítimo da Macaronésia".

"Isso revela que estamos preocupados com o futuro dos oceanos, que, apesar da exiguidade dos territórios, temos um imenso mar pela frente que é preciso acautelar e que, nestas situações, o facto de estarmos unidos é uma vantagem, porque na soma acrescentamos muito, porque há muito mar para partilhar, para defender", sublinhou Tranquada Gomes.

Reconhecendo que as decisões finais estão a cargo dos executivos, Tranquada Gomes alertou para a responsabilidade dos parlamentos: "O parlamento faz um enquadramento das situações e isso vai obrigar nas próximas jornadas parlamentares a que os parlamentos também adiantem medidas para que os executivos as traduzam no dia-a-dia dos nossos arquipélagos".

Na terça-feira, decorre no Mindelo, ilha de São Vicente, a conferência parlamentar sobre "A Macaronésia: laboratório da biodiversidade do Atlântico", enquadrada nas Jornadas Atlânticas.

Nesta conferência serão debatidos dois módulos com temas relacionados com a oceanografia e a biodiversidade no Atlântico Médio e a transição para a economia azul e turismo sustentável.