Jovens adultos do sexo masculino são quem mais investe em bitcoin

De um total de 24 milhões de contas de investidores nesta criptomoeda, 58% pertencem a jovens entre os 18 e os 34 anos e 71% das contas são de homens, segundo um estudo do Global Blockchain Council.

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Esta moeda virtual foi criada no início de 2009 RITCHIE B. TONGO/LUSA

A bitcoin comemora dez anos de existência em 2019 e são os jovens adultos do sexo masculino, menos avessos ao risco, os principais investidores na moeda virtual, de acordo com os especialistas ouvidos pela agência Lusa.

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A bitcoin comemora dez anos de existência em 2019 e são os jovens adultos do sexo masculino, menos avessos ao risco, os principais investidores na moeda virtual, de acordo com os especialistas ouvidos pela agência Lusa.

"É muito interessante perceber que são os mais jovens que têm o maior número de contas", indicou Pedro Lino, economista da Dif Broker, à Lusa, acrescentando que, "segundo um estudo publicado pelo Global Blockchain Council, 58% de cerca de 24 milhões de contas pertencem a jovens entre os 18 e os 34 anos, e 71% das contas são de pessoas do sexo masculino".

Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio, indicou que, "sendo um activo de elevado risco, tradicionalmente existe uma maior propensão a ser adquirido por homens em vez de mulheres", adiantando que "estudos empíricos da teoria económica da decisão, em contexto de incerteza, têm apontado para que as mulheres sejam mais avessas ao risco". "Por outro lado, sendo baseado numa tecnologia inovadora, é provável que a bitcoin tenha atraído os mais jovens", frisou. 

No mesmo sentido, Filipe Garcia, economista da IMF — Informação de Mercados Financeiros, referiu que "os estudos que existem referentes a Portugal falam em jovens adultos, do sexo masculino e com carreira académica ou profissional ligada às áreas tecnológicas".

De acordo com Pedro Lino, apenas 3% dos baby boomers, com idades entre os 55/65 anos, têm bitcoins. "Podemos concluir que o facto de a população mais jovem procurar meios de pagamento digitais, rápidos, baratos e com independência do sistema financeiro fez disparar a utilização da bitcoin", considera o economista da Dif Broker.

Para quem não conhece bem a bitcoin, moeda virtual criada no início de 2009, Rui Bernardes Serra explicou que "é uma moeda, como o euro ou o dólar, mas bastante diferente". Em primeiro lugar, "não é possível mexer no bolso e encontrar uma bitcoin, porque esta moeda não existe fisicamente, é totalmente virtual", e a sua emissão também não é feita nem controlada por um banco central.

O economista-chefe do Montepio referiu que "no processo de nascimento de uma bitcoin, chamado "mineração", os computadores ligados à rede competem entre si na resolução de problemas matemáticos e, quem ganha, recebe um bloco da moeda". Além da mineração, também é possível adquirir bitcoins através da compra de unidades em corretoras específicas ou aceitando a criptomoeda ao vender determinados bens e serviços.

As moedas virtuais são guardadas numa espécie de carteira que é criada quando o utilizador se regista no software. Depois do registo, a pessoa recebe um código com letras e números, chamado de "endereço", utilizado nas transacções, e, quando o detentor de bitcoins quiser comprar algo, um jogo, por exemplo, deve fornecer ao vendedor esse endereço.

Rui Bernardes Serra frisou que durante todo o processo as identidades do comprador e do vendedor são mantidas no anonimato, mas a transacção fica registada no sistema de forma pública e a compra não pode ser revertida.