Rendas na cidade de Lisboa estão em máximos de oito anos

A constante tendência de “subidas intensivas nos últimos dois anos” levou o arrendamento residencial da capital ao patamar mais elevado desde 2010, segundo a Confidencial Imobiliário. Face a 2013, os preços situam-se agora 71% acima daquele ano da crise.

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Nuno Ferreira Santos

No segundo trimestre deste ano, a subida das rendas das casas em Lisboa, “face a igual período do ano passado, ficou em 17%, desacelerando face aos 20% de variação homóloga que tinham sido registados no trimestre anterior”, segundo o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário, divulgado esta quarta-feira.

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No segundo trimestre deste ano, a subida das rendas das casas em Lisboa, “face a igual período do ano passado, ficou em 17%, desacelerando face aos 20% de variação homóloga que tinham sido registados no trimestre anterior”, segundo o Índice de Rendas Residenciais da Confidencial Imobiliário, divulgado esta quarta-feira.

Na comparação em cadeia, no segundo trimestre deste ano, as rendas das casas na cidade de Lisboa aumentaram 1,8%, face ao trimestre anterior, “confirmando a desaceleração no ritmo de crescimento trimestral que se faz sentir desde final do ano passado”.

A variação trimestral do valor das rendas na capital passou de 7,4% no quarto trimestre de 2017 para 4,6% no primeiro trimestre deste ano, culminando nos 1,8% agora registados, segundo os dados do índice, que indicam que “este abrandamento trimestral está já também a afectar o desempenho das rendas a nível homólogo, cujo crescimento também se suavizou, embora mantendo-se bastante intenso”.

Oito trimestres a subir a dois dígitos

“Ainda assim”, sublinha a Confidencial Imobiliário, “este é já o oitavo trimestre consecutivo em que o aumento homólogo das rendas habitacionais em Lisboa se realiza a dois dígitos, com o crescimento mais expressivo de 22% a ser atingido no segundo trimestre de 2017.”

Neste sentido, os dados do Índice de Rendas Residenciais revelam que “tal percurso de subidas intensivas nos dois últimos anos coloca as rendas em máximos de oito anos, com os níveis agora alcançados a posicionarem-se 38% acima dos observados em 2010 (ano base do índice)”. É referido que, ao longo deste período, o nível mais baixo das rendas foi atingido há cinco anos [no segundo trimestre de 2013, penúltimo ano da vigência da troika], “face ao qual o actual momento apresenta já uma recuperação de 71%”.

Efeito de contágio para as cidades vizinhas

Nos outros concelhos da Grande Lisboa, o valor das rendas das casas cresceu 14%, em termos homólogos, e 3%, em termos trimestrais, no segundo trimestre deste ano, “crescimentos idênticos aos registados no trimestre anterior”.

“O contágio do desempenho das rendas na capital à restante região começou a ser visível sobretudo no último ano, com o Índice de Rendas Residenciais a exibir variações homólogas entre 12% e 14% há cinco trimestres consecutivos”, adianta a Confidencial Imobiliário.

Com base neste índice, que acompanha a evolução das rendas residenciais contratadas no país desde 2010, no total de Portugal continental as rendas residenciais subiram 11,2%, em termos homólogos, “desacelerando (em cerca de 1,8%) face à variação homóloga registada no trimestre anterior”.

Em termos trimestrais, a subida das rendas em Portugal continental foi de 2,4% nos meses de Abril, Maio e Junho deste ano, valor abaixo do registo de 3,6% no primeiro trimestre deste ano.

De acordo com a Confidencial Imobiliário, a performance das rendas residenciais em Portugal continental robusteceu-se em 2017, “com excepção da subida homóloga de 9% verificada no terceiro trimestre de 2017”, já que “no período entre o segundo trimestre do ano passado e o deste ano o Índice de Rendas Residenciais nacional apresentou sempre variações de dois dígitos, as quais oscilaram entre 10% e 13%”.