Macron: “A lição da Grande Guerra não pode ser o ressentimento entre povos”

Presidente francês discursou em Paris, que está no centro das comemorações globais do fim da I Guerra Mundial. Elogiou "o patriotismo, exactamente o contrário do nacionalismo".

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Paris está no centro das comemorações globais do centenário da assinatura do armistício que marcou o final da I Guerra Mundial.

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Paris está no centro das comemorações globais do centenário da assinatura do armistício que marcou o final da I Guerra Mundial.

Num discurso perante quase 70 chefes de Estado e de Governo, o Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou o “inferno” passado pelos que combateram nas trincheiras desta guerra, os 10 milhões de homens que morreram, os milhões de mulheres que ficaram viúvas e os milhões de crianças que ficaram órfãs.

“A lição da Grande Guerra não pode ser a do ressentimento entre os povos, e o passado não pode ser esquecido”, disse o Presidente francês no seu discurso. Mais: “O patriotismo é exactamente o contrário do nacionalismo”, declarou na principal cerimónia no Arco do Triunfo, defendendo uma atitude de esperança por oposição ao medo.

“Que este encontro possa não ser simplesmente um encontro de um dia. Que esta fraternidade nos possa levar ao único combate que vale a pena, o da paz, para um mundo melhor”, concluiu: “Viva a amizade entre os povos, Viva a França”.

Macron está a assinalar desde o final da semana passada o armistício, com visitas a locais emblemáticos da I Guerra com líderes de outros países envolvidos como a britânica Theresa May, na sexta, ou Angela Merkel, no sábado. Ainda no sábado estava prevista uma visita a um cemitério com o Presidente norte-americano, Donald Trump, mas este cancelou por causa do mau tempo, o que trouxe muitas críticas (o jornal Washington Post fala mesmo, em editorial, do "desprezo" do Presidente pelos militares).

Alguns eventos mais simbólicos desta comemoração envolveram a Alemanha: a imagem de Merkel e Macron no local onde foi assinado o armistício, mãos dadas e a dada altura com Merkel quase a pousar a cabeça no ombro de Macron, foram muito fortes, especialmente tendo em conta que o local da rendição alemã na I Guerra foi também o local usado por Hitler para assinar a rendição das tropas francesas no início da II Guerra. 

E em Londres este domingo, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, deixou uma coroa de flores no monumento aos mortos da I Guerra em Londres, a primeira vez que um líder alemão tem este gesto.